Banco Montepio tem lucro de 23,9 milhões até setembro

O Banco Montepio inverteu a tendência de há um ano e registou um lucro de 23,9 milhões no primeiros nove meses.

O Banco Montepio registou um lucro de 23,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, que comparam com um prejuízo de -14,2 milhões de euros no período homólogo, revela o banco nas contas apresentadas esta sexta-feira ao mercado. A subida da margem financeira e das comissões e a redução dos custos operacionais, ajudam a explicar o resultado.

A redução dos custos operacionais foi de 16,1 milhões de euros, ou seja -8,5% face ao ano anterior, tendo sido alcançada através da diminuição de custos com pessoal — houve uma redução de 138 colaboradores face a setembro de 2021 –mas também dos gastos gerais administrativos e das depreciações e amortizações. “No final de setembro de 2022, o programa de ajustamento operacional iniciado no último trimestre de 2020 evidencia, no agregado, uma diminuição de 482 trabalhadores (-12%) e de 82 balcões (-25%) geograficamente redundantes”, detalha o banco na nota enviada ao mercado esta sexta-feira.

a margem financeira ascendeu a 173,4 milhões de euros nos primeiros nove meses, comparando com os 171,6 milhões registados no período homólogo, o que traduz “o impacto favorável resultante do aumento dos proveitos nas aplicações em títulos e tomadas de fundos, parcialmente compensado pelo menor contributo proporcionado pela margem financeira comercial“, ou seja, a margem proveniente dos juros recebidos de clientes relacionado com a concessão de crédito, e dos juros pagos a clientes no âmbito da remuneração de recursos captados.

Por outro lado, as comissões líquidas totalizaram 87,4 milhões de euros nos primeiros nove meses, um aumento homólogo de 7% (5,7 milhões). EM causa estão ganhos com operações de crédito (+2,1 milhões), com a manutenção e gestão de contas (+1,1 milhões) e com serviços de pagamento (+0,9 milhões), detalha a instituição liderada por Pedro Leitão.

O banco destaca que apresenta cinco trimestres consecutivos com resultados líquidos positivos e que o produto bancário core aumentou 7,5 milhões de euros face ao valor dos primeiros nove meses de 2021. Mas no terceiro trimestre, os resultados foram impactados negativamente pela venda do Finibanco Angola.

“Os resultados líquidos consolidados nos primeiros nove meses de 2022 incorporam, no terceiro trimestre, um impacto estimado em -22,7 milhões de euros (depois de considerados os interesses que não controlam) do acordo assinado para a alienação da participação financeira detida pelo Grupo Banco Montepio no Finibanco Angola S.A. Ainda assim, os resultados líquidos consolidados do trimestre foram positivos, confirmando a tendência favorável verificada nos últimos cinco trimestres”, pode ler-se no comunicado.

Em termos de atividade bancária a instituição revela que o crédito a clientes (líquido de imparidades) aumentou para 11,8 mil milhões de euros,
“1,5% acima do valor registado em dezembro de 2021” e os depósitos de clientes totalizaram 12,9 mil milhões, apresentando uma variação positiva de 1,8% face ao final de 2021.

O custo do risco de crédito diminuiu (de 0,1%, contra 0,6% nos primeiros nove meses de 2021), as exposições não produtivas também desceram (25,4%), com o rácio NPE a fixar-se em 6,9% e “a comparar favoravelmente com os 9,3% apurados no final do mês homólogo”e houve um reforço dos níveis de cobertura dos NPE por imparidades para 54,9% (era de 53,8% a 31 de dezembro de 2021) e para 98,2% (95,9% registados no final de 2021) se considerados os colaterais e as garantias financeiras associados.

Estes resultados são explicados pela “política definida pelo Banco Montepio para a tomada de risco de crédito e das medidas que têm vindo a ser concretizadas nas áreas de acompanhamento e de recuperação de crédito”. Além disso, o banco “promoveu a atualização dos parâmetros de risco de crédito utilizados no processo de apuramento dos valores da imparidade associada às exposições analisadas através da abordagem coletiva, sendo que o valor das imparidades contabilizado no período homólogo de 2021 evidencia, em particular, o impacto estimado com a carteira de crédito resultante do contexto macroeconómico desfavorável relacionado com a pandemia”, explica a instituição liderada por Pedro Leitão.

(Notícia atualizada com mais informção)

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