Lucros da Semapa disparam quase 90% até setembro

Holding controlada pela família Queiroz Pereira, com negócios na área da pasta de papel (Navigator) ou do cimento (Secil), reporta resultado líquido de 231,4 milhões nos primeiros nove meses do ano.

A Semapa chegou ao final de setembro com lucros de 231,4 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 89,3% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado à CMVM esta sexta-feira.

A sociedade explica esta subida de 109,2 milhões de euros nos resultados líquidos, em termos homólogos, pelo efeito combinado de quatro fatores:

  1. Incremento do EBITDA em 308,5 milhões de euros, devido maioritariamente ao crescimento de 305,9 milhões de euros no segmento de pasta e papel;
  2. Agravamento de 26,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade e provisões;
  3. Deterioração dos resultados financeiros líquidos em cerca de 48,7 milhões de euros, refletindo o aumento do custo líquido de financiamento da Secil Brasil e impactos não recorrentes da Navigator;
  4. Aumento dos impostos sobre o rendimento em cerca de 75,9 milhões de euros, decorrente fundamentalmente do crescimento dos resultados;

O volume de negócios consolidado cresceu 53%, para 2.312,3 milhões de euros, com a pasta e papel (Navigator) a ser responsável por 1.822,5 milhões, o que representa um aumento homólogo de 62,8%. Na área do cimento (Secil), as vendas subiram 22,3% e os negócios do ambiente (ETSA) escalaram 42,2%. As exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.740,4 milhões de euros neste período, isto é, valeram 75,3% do volume de negócios total.

A sociedade liderada por Ricardo Pires destaca “a resiliência e adaptabilidade demonstrada pelo Grupo Semapa e suas subsidiárias na gestão do impacto de eventos desfavoráveis” como o aumento dos custos da energia, da logística e das matérias‐primas”, através de um “forte empenho no aumento de eficiência, a potenciação da produtividade, a moderação do aumento dos custos variáveis via contenção de consumos específicos e um esforço continuado de controlo dos custos fixos”.

“Impulsionado pelo índice de preços da pasta, pelo aumento generalizado do custo da energia, logística e matérias‐primas, e ainda por um balanço oferta‐procura muito desequilibrado, o índice de preços do papel UWF na Europa registou também um forte crescimento nos primeiros nove meses de 2022, o que contribuiu para o crescimento do volume de negócios da Navigator”, resume a holding, frisando que o negócio no cimento “reflete essencialmente a evolução positiva em Portugal e no Brasil”.

O EBITDA dos primeiros nove meses de 2022 totalizou 673,2 milhões de euros (vs. 364,8 milhões de euros no período homólogo): 551,6 milhões de euros foram gerados na pasta e papel (+124% vs. o período homólogo); 106,1 milhões de euros no cimento (‐1,1%); e 15,1 milhões de euros no ambiente (+31,3%). A margem EBITDA consolidada atingiu 29,1%, 5 pontos percentuais acima da registada em igual período de 2021.

Investimento a subir e dívida a baixar

Em nove meses, o grupo calcula ter feito investimentos em ativos fixos no valor aproximado de 121 milhões de euros, com o segmento pasta e papel a ficar com 64,6 milhões e o cimento com 51,9 milhões. O projeto CCL ‐ Clean Cement Line na fábrica de cimento do Outão absorveu 29,4 milhões. Por outro lado, o valor dos investimentos em ativos financeiros, realizado até ao final do terceiro trimestre pela capital de risco Semapa Next, totalizou 15,2 milhões, repartidos por seis empresas – Defined.AI, Kencko, Probely, Airly, Flecto e EMOTAI – e seis fundos, incluindo um novo da Lakestar, empresa de capital de risco baseada na Suíça.

A 30 de setembro, a dívida líquida remunerada consolidada era de 797,8 milhões de euros, ou seja, 217,8 milhões abaixo do registo no final do ano passado. Na informação ao mercado, o grupo assegura dispor de uma “confortável posição de liquidez, assegurada por disponibilidades e por um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas”.

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