COP27. Costa pede esforço “de todos” para ajudar países mais pobres “apesar das dificuldades”

Financiamento climático de 100 mil milhões será um dos temas mais importantes da COP 27, no Egipto. Costa pede esforço "de todos" para concretização da meta, "apesar das dificuldades".

O primeiro-ministro considera ser fundamental que sejam alocados todos os esforços para que se consiga alcançar a meta dos 100 mil milhões de dólares necessários para ajudar os países mais vulneráveis a adaptar e mitigar os riscos das alterações climática, tal como ficou acordado, em 2021, em Glasgow.

Em declarações transmitidas pela RTP 3, esta segunda-feira, à margem do segundo dia da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2022 (COP 27), em Sharm el-Sheikh, no Egito, António Costa defendeu que “todos temos que fazer a nossa parte” na concretização deste financiamento climático, ainda que os países estejam a ultrapassar um conjunto de dificuldades, nomeadamente, a recuperação da pandemia — “que obrigou a um desvio de recursos para combater a Covid-19” –, a guerra na Ucrânia — “que está a dificultar a recuperação [económica] de alguns países” — e a atual situação inflacionária, que obrigou ao desenho de medidas de apoio às empresas e famílias.

“Espero que todos juntos façamos esse esforço. As despesas dos Estados passaram a ser mais caras. Tudo isso tem dificultado a transição, mas a grande mensagem que tem que sair desta cimeira é que, apesar de todas estas dificuldades, não [devemos] desistir e temos que fazer um esforço acrescido para conseguir alcançar as metas. Pela nossa parte, acho que o podemos afirmar com tranquilidade”, referiu o primeiro-ministro.

O apelo também foi lançado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que admitiu ter intenções de “pressionar” os “países não europeus ricos”, e em particular os Estados Unidos, a pagarem a sua “parte” para ajudar os mais pobres face às alterações climáticas. “Os Estados Unidos e a China têm de estar realmente envolvidos, porque os europeus são ‘os únicos a pagar’”, disse Macron. “Devemos, portanto, pressionar os países ricos não europeus, e dizer-lhes ‘vocês devem pagar a sua parte’”, acrescentou.

Da parte de Portugal, António Costa recordou que, na COP 26, em Glasgow, Portugal assumiu o compromisso de afetar uma “parcela significativa” da sua cooperação para o desenvolvimento centrado na transição energética no valor de 4 milhões de euros por ano. “Vamos assumir o compromisso, tal como está previsto na estratégia, de aumentar esse apoio em mais um milhão de euros até 2030. Serão cinco milhões de euros de apoio à cooperação”, sublinhou.

Além disso, o Chefe de Estado anunciou que Portugal vai apresentar as novas metas climáticas para o país, resultantes da Lei do Clima que foi aprovada em Assembleia da República. Entre elas, a estratégia focada na transição energética que permite que Portugal deixe de ser “um importador de combustíveis fósseis” e passe a ser um “exportador de energia verde”. “O acordo do corredor de energia verde é fundamental e todo o esforços que estamos a fazer é muito importante para podermos antecipar o tanto quanto possível, porque se uns não anteciparem, tendo em conta a lentidão de outros, mais dificilmente alcançaremos as metas do [Acordo] de Paris”.

Os chefes de Estado e de governo que participarão na COP27 começaram a chegar esta segunda-feira ao centro de convenções da cidade egípcia que abriga o maior conclave global de combate às alterações climáticas. A COP 27 decorre até ao próximo dia 18 de novembro, tendo como objetivo acertar estratégias que visam travar o aquecimento do planeta, limitando-o a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.

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