Mais de dois mil médicos de família estão fora do SNS. Bastavam mil para pôr fim a carências
Números foram avançados pelo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. Nuno Jacinto considera que criar unidades de saúde familiar de modelo C até podia ter algum impacto.
Há mais de dois mil médicos de família fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Se pelo menos mil tivessem optado por ficar nos centros de saúde, as carências de 1,3 milhões de portugueses seriam resolvidas, avança o Público (acesso condicionado), citando as contas feitas pelo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Nuno Jacinto.
Em outubro, contabilizavam-se 5.575 médicos de família com ficheiro de utentes nos cuidados de saúde primários, mas este número será maior devido aos que assumem cargos de chefia no SNS. De acordo com a base de dados Pordata, havia 8.198 especialistas em medicina geral e familiar no final de 2021. Sendo assim, serão mais de dois mil os médicos de família fora do serviço público, ou seja, pelo menos um quarto do total, quando em outubro contavam-se mais de 1,3 milhões de cidadãos sem clínico assistente atribuído nos centros de saúde.
Para fazer face à carência existente, surgiu a ideia de criar unidades de saúde familiar (USF) de modelo C, segundo a qual existiriam cooperativas de médicos reformados, que, de forma temporária, responderiam a carências localizadas. Na semana passada, o ministro da Saúde admitiu a hipótese, enquanto a secretária de Estado de Promoção da Saúde rejeitou posteriormente a possibilidade de privatizar os cuidados de saúde primários, numa entrevista ao Público. Para Nuno Jacinto, as USF tipo C até poderiam ter algum impacto, mas só se não forem pensadas apenas para prazos curtos e se forem abertas a todos os profissionais e não apenas a reformados.
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