Semana de quatro dias de trabalho é “vergonha nacional”, diz CEO do Grupo Pestana

CEO do Grupo Pestana diz que implementar uma semana de quatro dias de trabalho, mantendo a carga horária de 40 horas, é um "desastre" e um "tiro nos pés".

O projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho que o Governo preparou não conquista o setor do turismo. O CEO do Grupo Pestana diz que aplicar isso mantendo as 40 horas de trabalho seria um “desastre”, sobretudo tendo em conta que o turismo tem falta de mão-de-obra e que a qualidade dos serviços hoteleiros piorou desde a pandemia. “É impensável”, diz José Theotónio.

“Se for um horário de trabalho em que as 40 horas são trabalhadas em apenas quatro dias, isso obriga a uma flexibilidade e, para algumas unidades, até poderia ser produtivo“, começa por assumir o CEO do Grupo Pestana, durante o 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre até esta sexta-feira em Fátima.

Mas “na indústria [do turismo] é impensável trabalhar mais do que 40 horas”, afirma José Theotónio, notando que faltam 1,5 milhões de trabalhadores em todo o mundo no setor e cerca de 45 mil em Portugal.

“Numa indústria em que sentimos que há uma redução da qualidade de serviço, nesta fase do campeonato, passar para quatro dias [de trabalho] e manter a carga horária é um desastre, um tiro nos pés”, afirma. “Depois da questão do novo aeroporto, é a segunda maior vergonha nacional”, diz.

No mesmo congresso, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) mostrou ter a mesma opinião. “Já sabemos como estas experiências acabam”, disse Francisco Calheiros, sublinhando: “Temos de estar todos contra este problema.”

O projeto-piloto da semana de quatro dias arranca em junho de 2023 em empresas privadas voluntárias, com uma duração de seis meses e sem incentivos financeiros públicos, estendendo-se posteriormente ao setor público, se tiver uma “evolução satisfatória”.

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