Centeno mais otimista que o Governo vê PIB crescer 6,8% este ano e 1,5% em 2023

Banco de Portugal reviu em alta estimativas de crescimento do PIB para este ano, mas cortou perspetivas para 2023.

A economia portuguesa deverá crescer 6,8% este ano e 1,5% em 2023, segundo as mais recentes previsões do Banco de Portugal (BdP). A estimativa para 2022 foi revista em alta face à projeção de outubro, mas altura não foram divulgados dados para 2023. Em junho, Mário Centeno apontava para um crescimento de 2,6% no próximo ano, um número agora revisto em baixa.

Previsões são mais otimistas que as do Governo, que estimava um crescimento de 6,5% em 2022 e 1,3% no próximo ano, no Orçamento do Estado para 2023.

“O crescimento será contido no primeiro semestre de 2023, num quadro de incerteza global, erosão do poder de compra, aperto das condições financeiras e enfraquecimento da procura externa”, lê-se no boletim económico de dezembro do BdP.

As perspetivas para a segunda metade de 2023 são mais animadoras. “A atividade acelera, refletindo a expectativa de atenuação das tensões nos mercados energéticos, a recuperação gradual do rendimento real das famílias, uma maior absorção dos fundos europeus e a melhoria do enquadramento externo”, prevê o banco central português.

Mário Centeno, na apresentação do boletim, explicou também que “o crescimento em 2023, naquilo que são os dados que temos disponíveis e que modelos nos mostram, são níveis de crescimento muito baixos no princípio do ano e depois uma melhoria na segunda parte do ano, que está muito ancorada a um alívio muito significativo por exemplo das restrições de oferta a nível global”.

O governador do BdP admite ainda que a “desaceleração é muito visível”, sendo que “o consumo é a componente mais dinâmica em 2022, um crescimento muito forte que depois tem uma fortíssima desaceleração nos anos seguintes”.

As previsões indicam que o consumo privado cresce 0,2% em 2023 e 1%, em média, em 2024-25, após um aumento de 5,9% em 2022. “Em 2023, a variação marginal do consumo privado está associada à menor almofada financeira e ao aumento dos preços e do serviço da dívida”, explica o BdP no boletim, sendo que “a recuperação em 2024- 25 reflete a dissipação da incerteza e o crescimento moderado do rendimento disponível real, num quadro de redução da inflação e estabilização das taxas de juro.”

Já o investimento desacelera para 1,3% este ano, projetando-se crescimentos de 2,9% em 2023 e de 4,9%, em média, em 2024-25. O banco central estima ainda que “após um crescimento de 17,7% em 2022, reflexo da forte recuperação da componente de turismo, as exportações crescem em torno de 4% em 2023-25”.

(Notícia atualizada às 14h00)

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