Nomadismo, work life balance, escassez de talento. 5 tendências que vão marcar 2023
Dado o atual panorama de guerra, alterações climáticas e crise, esperam-se em 2023 elevados recordes ao nível da imigração internacional, aponta a Jobbatical, plataforma de realocação de talento.
Nomadismo digital, equidade e inclusividade, equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho remoto são algumas das tendências que irão marcar o mundo do trabalho, segundo a Jobbatical, plataforma de alocação de colaboradores para empresas estrangeiras.
A maior adoção de modelos de trabalho híbridos ou remoto – para determinadas funções – estão a mudar a forma como trabalhamos e recrutamos e, para 2023, há cinco tendências que irão marcar o mundo do trabalho ao nível da mobilidade global.
“Dado o atual panorama de guerra, alterações climáticas e crise, esperam-se em 2023 elevados recordes ao nível da imigração internacional, por isto, os países e o mundo do trabalho terão de estar preparados para receber e realocar inúmeros profissionais e dar-lhes boas condições de trabalho”, aponta a Jobbatical, plataforma que, em Portugal, durante 2022, já realizou mais de 300 processos de realocação, tendo globalmente apoiado cerca de 6.000 pessoas de 118 nacionalidades, deslocando-as para 22 países.
Mais de 280 milhões de pessoas — 3,6% da população mundial — vivem fora do país onde nasceram. Durante os últimos cinquenta anos, os EUA têm sido o principal destino dos migrantes. Em 2020, foi o lar de mais de 50 milhões de imigrantes, seguidos pela Alemanha (16 milhões) e pela Arábia Saudita (13 milhões). Em 2020, cerca de 169 milhões de imigrantes eram trabalhadores, dos quais 70 milhões eram mulheres, aponta um estudo da Boston Consulting Group, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A migração transfronteiriça gere atualmente um produto económico anual de cerca de nove mil milhões de dólares (cerca de 8,5 mil milhões de euros), este valor poderá mais do que duplicar até 2050, para cerca de 20 mil milhões de dólares por ano (o equivalente a 18,9 mil milhões de euros).
5 tendências a marcar o mercado de trabalho ao nível da mobilidade global
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Nomadismo digital
Com o mercado de trabalho cada vez mais móvel e digital, o talento será encorajado a mudar para novas funções ou projetos, muitas vezes para diferentes geografias. Atrair talento com estas características é também uma prioridade de muitos governos, inclusive de Portugal que avançou com novos vistos de trabalho e tem previsto avançar com benefícios fiscais adicionais para quem quiser se instalar no Interior. Mais de metade dos executivos (72%), diz a Deloitte, pensa que a “capacidade dos seus trabalhadores para se adaptarem, reciclarem e assumirem novos papéis é o fator mais importante ou o segundo mais importante para navegar no futuro disruptivo do mercado de trabalho”, aponta a Jobbatical.
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Trabalho híbrido e remoto veio para ficar
Modelos de trabalho mais flexível é, cada vez mais, uma exigência do talento depois da pandemia e a expectativas dos recrutadores é que a procura continue: 85% dos profissionais de recursos humanos, inquiridos pelo Topia em 2022, afirmaram esperar que os pedidos de trabalho à distância aumentem. “As organizações estão a definir estratégias de talento para se concentrarem no trabalho à distância. Embora o trabalho à distância traga muitos benefícios ao empregado e ao empregador, acrescenta desafios, complexidade e riscos que exigem que as organizações invistam em ferramentas e tecnologias concebidas para os mitigar“, refere a Jobbatical.
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Mais equidade e inclusividade
Diversidade, equidade e iniciativas de inclusão são medidas que geram um maior sentimento de pertença junto dos colaboradores e fatores importantes na atração e retenção de talento. As mulheres representam mais de 40% da força de trabalho e até 2025 os millennials irão representar 75% da força de trabalho, mais de metade (59%) estão dispostos a trabalhar no estrangeiro.
“Ainda que a imigração tenha os seus desafios e obstáculos, o talento estrangeiro tem sido muito procurado por combater a escassez de talento e contribuir para uma maior diversidade cultural, de valores e de experiências.”
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Aquisição e retenção de talentos
A escassez de talento, amplificada por fenómenos de Great Resignation, marcaram 2022 e, tudo indica, que continuará a ser um desafio para as organizações no ano que se avizinha. “Para assegurar a aquisição e retenção de talentos de topo é necessário que sejam asseguradas políticas de trabalho flexíveis e satisfeitas as exigências e necessidades dos trabalhadores“, diz a Jobbatical.
Os estudos parecem reforçar essa análise. Um estudo da Topia Adapt 2022, citado pela Jobbatical, aponta que “64% das pessoas forçadas a regressar ao escritório a tempo inteiro dizem ser mais provável que procurem um novo emprego” e “41% dos empregados dizem que a flexibilidade para trabalhar a partir de casa foi uma força motriz na sua decisão.”
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Equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional
Um melhor equilíbrio entre vida e trabalho ganhou maior prioridade junto do talento e nas organizações. “A saúde, o bem-estar e a flexibilidade são três pilares fundamentais para manter trabalhadores felizes e produtivos. O bem-estar deverá estar enraizado no tecido da cultura das empresas a todos os níveis, e não ser tratado como uma questão secundária.”
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