“Vamos esperar pelo esclarecimento para depois retirar as consequências”, diz Marcelo sobre caso da secretária de Estado do Tesouro
Presidente da República considera que caso que envolve secretária de Estado Alexandra Reis tem duas dimensões: uma jurídica e outras de "compreensão política".
O Presidente da República insiste em obter esclarecimentos sobre o caso que envolve a atual secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, que recebeu uma indemnização de meio milhão de euros quando saiu da administração da TAP, passando depois para a NAV. Marcelo Rebelo de Sousa defende que só depois de a informação ser apurada se podem retirar consequências.
“Vamos esperar pelo esclarecimento para depois retirar as consequências”, afirmou o Presidente da República à margem de uma visita a Vila Real, em declarações transmitidas pela RTP3. “Neste momento há um apuramento que está a ser feito, depois do pedido dos ministros. Todos aguardamos os esclarecimentos. Quero perceber os contornos. Neste caso há uma questão de direito e outra de compreensão política. São dois problemas ligados entre si”, acrescentou o Chefe de Estado aos jornalistas.
“O esclarecimento significa que como em tudo na vida ouvem-se as partes envolvidas. Como professor de Direito aprendi que as pessoas assinam a pensar em coisas diferentes. Os mesmos textos, frases, regras e soluções têm duas interpretações”, assinalou o também professor jubilado de Direito. Quanto a uma eventual demissão da secretária de Estado, esse cenário poderá vir a acontecer “só a seguir”, já depois de obtidos os esclarecimentos.
Desde domingo que o Presidente da República tem falado várias vezes sobre a saída de Alexandra Reis da TAP. Na segunda, Marcelo Rebelo de Sousa considerou: “é importante para todos esclarecer efetivamente o que se passou na sua carreira profissional”, sendo o esclarecimento também “fundamental para alguém que exerce funções no Governo”. No dia 25, Presidente da República afirmou que “há quem pense” que seria “bonito” a secretária de Estado do Tesouro prescindir da indemnização da TAP, ainda que a lei permita receber os 500 mil euros e exercer funções governativas.
Este caso surgiu depois de uma notícia do Correio da Manhã, no dia 24, de que Alexandra Reis deixou o cargo executivo na administração da TAP com uma indemnização de cerca de 500 mil euros, tendo em conta que auferia um salário bruto de 17.500 euros por mês e faltavam cerca de dois anos para o final do mandato.
A companhia aérea comunicou ao mercado a “renúncia” de Alexandra Reis a 4 de fevereiro, com efeitos a partir de dia 28. A 30 de junho, Alexandra Reis foi nomeada presidente da NAV por despacho do Ministério das Infraestruturas, liderado por Pedro Nuno Santos. Saiu deste cargo para assumir a secretaria de Estado do Tesouro no ministério de Fernando Medina, a 2 de dezembro.
O valor da indemnização tem motivado críticas de vários partidos, bem como pedidos de esclarecimento até do próprio Presidente da República, apelo que foi reforçado esta segunda-feira. Alexandra Reis alega que teria devolvido o dinheiro a que não tivesse direito caso tivesse havido algum incumprimento da lei.
(Notícia atualizada às 13h21 com mais informação)
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