Petróleo afunda pelo segundo dia com Brent abaixo dos 80 dólares

Os preços do petróleo recuam cerca de 5% esta quarta-feira, afundando pelo segundo dia seguido, deixando o barril de Brent – referência para a Europa – novamente abaixo dos 80 dólares.

Vários fatores explicam a pressão na cotação da matéria-prima, de acordo com os analistas, incluindo o enfraquecimento da procura na China, o maior importador mundial de petróleo, as perspetivas pessimistas para economia mundial e ainda dólar forte.

Depois de cair mais de 4% na véspera, o Brent cede agora 4,95% para cotar nos 78,02 dólares por barril, aliviando de máximos de um mês registados no final do ano passado. Por sua vez, o crude WTI, negociado em Nova Iorque, apresenta uma queda de 4,99% para 73,09 dólares, também depois de o preço ter caído 4% na sessão anterior.

Petróleo em queda

“Há muitas razões para preocupações: a situação da Covid-19 na China e o receio de uma recessão num futuro previsível estão a colocar pressão nos mercados”, explicam o analista da Mizuho Robert Yawger, citado pela Reuters.

Esta semana, o Governo chinês aumentou as quotas de exportação de produtos refinados, sugerindo entre os analistas a ideia de que Pequim está a antever uma quebra no consumo doméstico. Uma notícia que se junta aos dados negativos da atividade industrial, que encolheu em dezembro, muito por conta da onda de casos de Covid-19.

O panorama da economia mundial apresenta-se com perspetivas desfavoráveis. A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou este domingo que as economias dos EUA, Europa e China estão a abrandar em simultâneo, o que tornará o ano de 2023 mais difícil do que 2022 para a economia global.

Em relação ao dólar, a força da divisa americana encarece as matérias-primas para os outros países, pressionando a procura. O dólar registou a maior subida em duas semanas, cotando nos 0,94 euros.

(Notícia atualizada às 20h18 com as novas cotações do petróleo)