PSD vai pedir audição da ministra da Agricultura e da ex-secretária de Estado Carla Alves
Requerimento da audição parlamentar surge na sequência da polémica das contas arrestadas de Carla Alves. PSD disse ainda que vai viabilizar as comissões de inquérito que forem pedidas sobre a TAP.
À semelhança da Iniciativa Liberal (IL), também o PSD vai requerer uma audição no Parlamento da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, bem como da secretária de Estado demissionária desta tutela, Carla Alves, na sequência da polémica das contas arrestadas que esta última partilha com o marido.
“O Governo, para governar, tem de ter autoridade política” e, como tal, “não pode ter membros, sejam ministros ou secretários de Estado, que tenham um peso político negativo“, começou por dizer o líder parlamentar da bancada social-democrata, em declarações aos jornalistas na Sala dos Passos Perdidos, na Assembleia da República, transmitidas pelas televisões.
Joaquim Miranda Sarmento prosseguiu, afirmando que, “para não terem um peso político negativo, (os governantes) têm de estar sempre disponíveis e capazes de prestar os esclarecimentos que se impõem a cada momento”. Nesse sentido, o PSD vai requerer a audição da ministra da Agricultura, que considera que está, neste momento, “politicamente diminuída”, como também da ex-secretária de Estado Carla Alves, que tomou posse na quarta-feira e se demitiu 24 horas depois.
O pedido de uma audição parlamentar às duas governantes surge na sequência de uma notícia do jornal Público, esta sexta-feira, que dá conta de que Carla Alves informou a ministra da Agricultura, antes de tomar posse como secretária de Estado da pasta na passada quarta-feira, acerca do processo que envolve o marido.
O Ministério da Agricultura e da Alimentação reagiu esta manhã à notícia, assegurando, através de um comunicado enviado às redações, que “a ministra Maria do Céu Antunes não tinha conhecimento de qualquer envolvimento de Carla Alves em processos judiciais”.
Mas, no entender do PSD, há “uma contradição insanável” entre as declarações da ministra e as da secretária de Estado demissionária. “É importante que ambas esclareçam o que sabem, e também que a ministra, caso tenha sido informada, de facto, sobre os processos pela ex-secretária de Estado, se informou o primeiro-ministro e se, no momento do debate de ontem, o primeiro-ministro já tinha conhecimento dos processos e se tinha conhecimento dos processos quando nomeou (Carla Alves) secretária de Estado“, sustentou Miranda Sarmento.
O líder parlamentar social-democrata informou ainda que o PSD vai pedir uma audição ao novo secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, “dadas as notícias que hoje saíram e que podem consistir em graves conflitos de interesse e de incompatibilidade nestas novas funções”. Miranda Sarmento referia-se a uma notícia do Novo Sol, segundo a qual Hugo Pires terá vendido uma empresa sua a um lóbi do lixo. Na altura da venda, assinou um parecer na Assembleia da República, enquanto deputado do PS, sobre resíduos urbanos, escreve o jornal.
Por fim, Joaquim Miranda Sarmento acrescentou que “o PSD viabilizará as comissões de inquérito que forem pedidas sobre a TAP”. Até à data, o Bloco de Esquerda e o Chega avançaram com propostas de comissão de inquérito parlamentar sobre o controlo público e político da gestão da companhia aérea.
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