Subida dos juros força famílias a mudar para casas mais pequenas

  • ECO
  • 9 Janeiro 2023

Com empréstimo elevados, as famílias ficam com pouca margem para reduzir a prestação através da renegociação dos contratos. As transferências e consolidações de créditos também estão mais difíceis.

Com a entrada das novas regras, os bancos estão obrigados a rever a taxa de esforço na concessão do crédito à habitação, um trabalho que está ainda numa fase preliminar, apesar do diploma que introduz esta nova obrigatoriedade já estar em vigor há 45 dias. Contudo, muitas famílias não estão a conseguir suportar a subida dos juros e, para reduzir os encargos com a casa, optam por vender as suas casas e comprar outras mais pequenas e mais baratas, noticia o Público (acesso condicionado).

O jornal relata a situação de um casal que comprou um terreno e mandou construir casa, recorrendo, para esse efeito, a um empréstimo bancário a rondar os 300 mil euros, o que dava uma prestação na ordem dos 900 euros, comportável com o seu rendimento. Porém, com um aumento da prestação em cerca de 500 euros, por causa da subida da Euribor, o encargo com o empréstimo só será conseguido “abrindo mão de muita coisa”, sendo que tiveram um filho há pouco tempo. A renegociação do empréstimo, contratado quando a Euribor se encontrava em valor negativo, não permite reduzir muito à nova prestação, por isso o casal já decidiu colocar a casa à venda.

Não existem dados disponíveis sobre a troca de casa, que é uma operação frequente, mas a rapidez com que as casas vão passar a ser vendidas é uma incógnita. O mercado imobiliário residencial tem registado uma procura superior à oferta, incluindo por parte de investidores estrangeiros, o que explica o forte crescimento dos preços nos últimos anos, só que os primeiros sinais de compras a crédito são de ligeiro abrandamento.

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