Depósitos nacionais entre os menos rentáveis da Zona Euro

Para aplicações até um ano, só os bancos cipriotas, eslovenos e gregos pagam menos que os bancos portugueses. A situação não melhora para os depósitos entre 12 e 24 meses, apesar da taxa ser maior.

Os bancos continuam a pagar muito pouco pelas poupanças das famílias. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média dos depósitos até um ano não vai além de 0,31%. Trata-se de uma taxa de juro 3,6 vezes abaixo da média da Zona Euro, que em novembro se situou nos 1,12%.

De acordo com dados do gabinete de estatística da União Europeia (Eurostat), no espaço da moeda única só os bancos cipriotas, gregos e eslovenos pagam menos que os bancos portugueses. A situação também não melhora para depósitos entre 12 e 24 meses.

Apesar da taxa de juro dos depósitos pelo prazo de 1 a 2 anos subir até aos 0,87% é metade da remuneração média dos países da Zona Euro (1,81%). Somente os bancos cipriotas, irlandeses e gregos se revelam menos benevolentes com os aforradores que os bancos portugueses.

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Nem sempre os bancos nacionais pagaram menos que os seus pares europeus

Desde julho que o Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a subir as taxas diretoras, mas nem isso tem levado a um aumento relevante na taxa de juro dos depósitos em Portugal.

Entre maio e novembro do ano passado, a remuneração dos depósitos até um ano passou de 0,04% para 0,31%, um valor recorde desde dezembro de 2016. Na Zona Euro, a taxa de juro dos depósitos passou de 0,18% para 1,12%. Mas isso não tem invalidado que os portugueses procurem aplicar as suas poupanças em depósitos.

Segundo o Banco de Portugal, em novembro do ano passado, o montante de novos depósitos a prazo de particulares foi de 4.871 milhões de euros, um montante 3,1% acima do contabilizado um mês antes, em outubro.

Recentemente, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, defendeu que já há alguns bancos a subirem os juros dos depósitos e que é necessário “paciência” para que esta dinâmica seja mais abrangente no mercado.

No entanto, o que os números revelam é que além de não acompanharem a evolução da taxa de juro dos depósitos praticada pelos seus pares europeus no ano passado, os bancos portugueses têm constantemente remunerado os aforradores abaixo da média do que têm pago os bancos da Zona Euro. É assim desde maio de 2015.

É preciso recuar mais de uma década para encontrar os bancos portugueses no topo da tabela dos mais benevolentes com as poupanças das famílias. Em setembro de 2011, os depósitos nacionais chegaram a ser dos mais rentáveis na Zona Euro (apenas atrás dos gregos), remunerando os aforradores com taxas de 4,18% quando a média dos depósitos dos bancos da Zona Euro estava com taxas de juro de 2,75%.

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