DBRS mantém rating de Portugal inalterado. Tendência permanece “estável”

A agência de notação financeira não mexeu na avaliação que faz da dívida soberana portuguesa.

A agência de notação financeira DBRS decidiu manter o rating de Portugal em A (baixo), com tendência “estável”, no dia em que foi conhecido que o Estado fechou 2022 com um défice de 3,59 mil milhões de euros. Melhoria das principais métricas de finanças públicas contribui para a avaliação da dívida soberana, mas DBRS alerta para riscos de efeitos prolongados da guerra.

“As confirmações das classificações e tendências refletem a visão da DBRS Morningstar de que os riscos externos ao desempenho económico são equilibrados pela melhoria persistente das principais métricas de finanças públicas“, lê-se em comunicado.

A agência sinaliza que “o choque de preços exacerbado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e o aumento correspondente nas taxas de juros causaram uma desaceleração acentuada do crescimento no segundo semestre de 2022”, mas o “crescimento da produção este ano deverá ser positivo”, ainda que “provavelmente abaixo da tendência”.

“Apesar dos choques económicos recorrentes, o défice orçamental voltou a diminuir em 2022 e mantém-se abaixo da média da Zona Euro”, notam. O défice foi de 3,59 mil milhões de euros em contabilidade pública e o Governo já sinalizou que não deverá exceder 1,5% do PIB. “O crescimento positivo e a rápida recuperação do balanço público permitiram que a relação dívida pública/PIB voltasse à sua trajetória acentuada de queda”, acrescentam.

A DBRS alerta também que “as principais vulnerabilidades incluem dívida pública elevada e potencial de crescimento económico relativamente baixo”. “Estas questões podem tornar-se mais difíceis de gerir se as consequências adversas das crises forem duradouras”, avisa a agência.

Além disso, as “vulnerabilidades herdadas no setor bancário diminuíram”, mas as taxas de juros crescentes permanecem um risco, nomeadamente devido ao alto número de empréstimos a taxa variável. “No entanto, a desalavancagem saudável do setor privado na última década, a melhoria da qualidade dos ativos, os altos índices de cobertura bancária e os benefícios para os bancos decorrentes de taxas mais altas ajudam a mitigar os riscos”, sublinham.

Por outro lado, há alguns fatores que podem elevar os ratings: “Se as autoridades portuguesas conseguirem aumentar o potencial de crescimento económico e a resiliência do país, ou se as autoridades conseguirem uma nova redução significativa do rácio da dívida pública”.

Enquanto o Governo “projeta que a dívida tenha caído para 115,0% do PIB em 2022, e deve chegar a 110,8% este ano”, a DBRS Morningstar “espera que o rápido declínio da dívida continue nos próximos anos e prevê que a proporção caia para cerca de 100% até 2025 na ausência de grandes choques adicionais”.

Apesar da crise política recente, a DBRS aponta que “o resultado da eleição no ano passado trouxe estabilidade num momento importante”, em que Portugal é um grande beneficiário dos fundos europeus, em particular no PRR.

(Notícia atualizada às 21h25)

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