Estado deve receber 30 milhões em dividendos da Galp
Caso a proposta de 52 cêntimos por ação seja aprovada em Assembleia-geral, os acionistas da petrolífera poderão receber mais de 400 milhões de euros em dividendos. Parpública receberá 30 milhões.
Os acionistas da Galp deverão receber 401 milhões de euros sob a forma de dividendos este ano. Segundo os cálculos do ECO, desse total, o Estado pode chegar a receber uma fatia equivalente a 30,2 milhões. Este cheque corresponde a um dividendo de 52 cêntimos por ação, tal como propôs a administração da companhia, num comunicado divulgado esta segunda-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Na nota enviada aos mercados, a petrolífera liderada por Filipe Silva propôs distribuir um dividendo bruto de 52 cêntimos por ação, acima dos 50 cêntimos pagos sobre o exercício do ano prévio, e executar um programa de recompra de ações de 500 milhões de euros ao longo do ano de 2023. Em setembro, já tinha distribuído um dividendo intercalar de 26 cêntimos.
Feitas as contas, a Parpública, que gere as participações financeiras do Estado, e detém 7% do capital social da Galp (correspondente a 58.079.514 ações), prepara-se para encaixar 30,2 milhões de euros se a aprovação dos 52 cêntimos por ação em dividendos passar em assembleia-geral. Nesse cenário, a Galp vai pagar cerca de 370 milhões de euros sob a forma de dividendos aos restantes acionistas, entre eles, o consórcio Amorim Energia, o principal acionista da petrolífera com 33% do capital.
Estes valores surgem na sequência dos resultados apresentados pela gigante portuguesa esta segunda-feira: a Galp praticamente duplicou os lucros em 2022, à boleia da subida do preço do petróleo e num ano que ficou marcado pela crise energética e pelo início da guerra na Ucrânia.
O resultado líquido da petrolífera foi positivo em 881 milhões de euros, o maior da sua história e um crescimento de 93% face ao ano anterior. Observando só o desempenho do quarto trimestre, os lucros da Galp cresceram 143% em termos homólogos, para 273 milhões de euros.
No mesmo comunicado, Galp anunciou também que vai desinvestir nos ativos upstream (produção/exploração) em Angola. A empresa informa ter assinado um acordo com a SOMOIL – Sociedade Petrolífera Angolana para a venda dos mesmos e espera receber cerca de 830 milhões de dólares pela venda, líquidos de impostos. A transação deverá ficar fechada no segundo semestre de 2023.
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