Portugal foi o sexto maior beneficiário do BEI em percentagem do PIB

O Grupo BEI apoiou 29 projetos e acordos financeiros em Portugal em 2022 com um volume total de cerca de 1,7 mil milhões de euros. Uma quebra de 68% face ao ano recorde de 2021.

O vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Ricardo Mourinho Félix, intervém na apresentação da atividade do Grupo BEI em Portugal no ano de 2022, num hotel em LisboaMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Portugal foi, no ano passado, o sexto país que mais beneficiou do apoio do Banco Europeu de Investimento (BEI) em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, ao nível do Fundo Europeu de Garantia, criado para atenuar os impactos económicos da pandemia, Portugal sobe mesmo para a terceira posição tendo em conta o nível de garantias concedia. No entanto, os 1,7 mil milhões de euros de apoios concedidos pelo Grupo BEI em Portugal representam uma queda de 68% face ao ano anterior. Para este ano, o banco antecipa manter os mesmos níveis de atividade.

O Grupo BEI apoiou 29 projetos e acordos financeiros em Portugal em 2022 com um volume total de cerca de 1,7 mil milhões de euros, revelou o vice-presidente do BEI esta quinta-feira na apresentação do resultados da instituição, explicando que a quebra face aos 5,3 mil milhões de euros de 2021 (o que correspondia a 2,5% do PIB) já era antecipada, porque os números de 2021 tinham sido um recorde absoluto e que se explicam pela “natureza contracíclica da instituição”, que ajudou muito as empresas num momento de grande escassez de liquidez.

Ainda assim, Portugal foi, em 2022, o sexto Estado-membro que mais beneficiou em termos de percentagem do PIB. Operações como o empréstimo de 300 milhões de euros concedido à REN para reforçar a modernização da rede e a integração de mais energia renovável, de 70 milhões com a Iberdrola ou 98 milhões com a Aquila Capital para parques solares e eólicos em Portugal, ajudam a explicar o valor das operações realizadas o ano passado e que deverão atingir o mesmo valor este ano dado que é expectável um regresso à atividade normal do banco, apesar dos elevados níveis de incerteza que se vivem, tendo em conta a guerra na Ucrânia e os impactos da mesma.

Mourinho Félix sublinhou “a diversificação do investimento” em Portugal feito num “leque diversificado de projetos de promotores públicos e privados […] e com foco forte na ação climática”, como energia sustentável e recursos naturais, sublinhou o responsável português. Em termos de setores o responsável revelou que 38% das verbas foram alocadas a projetos de energia (650 milhões de euros), 470 milhões a PME e empresas de média capitalização (27%) e 22% para cidades e regiões sustentáveis.

O vice presidente do BEI e antigo secretário de Estado sublinhou que Portugal foi o terceiro país que mais beneficiou das garantias do Fundo Europeu de Garantia (2,2 mil milhões) — melhor só França e Espanha –, sendo “talvez o país onde essa implementação é mais elevada”, admitiu. Mas mais importante foi o facto de “com 227 milhões de euros de garantia pública foi possível mobilizar 14 mil milhões em investimentos, sem que Portugal tenha sido chamado a assumir perdas”. “Tem um multiplicador gigantesco”, frisou.

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