Três em cada quatro famílias têm dificuldades em pagar as contas
Capacidade financeira dos portugueses está no valor mais baixo dos últimos anos. Automóvel e alimentos são as despesas mais difíceis de suportar para as famílias portuguesas.
Praticamente três em cada quatro famílias tiveram dificuldades em pagar as contas em 2022. A inflação alta, acentuada pela guerra na Ucrânia, está a comprometer a capacidade financeira dos portugueses, que registou o índice mais baixo dos últimos anos.
Cerca de três quartos (74%) das famílias enfrentam, todos os meses, dificuldades financeiras, sendo que 8% se encontram em situação crítica para pagar todas as despesas ditas essenciais (mobilidade, alimentação, saúde, habitação, lazer e educação). É preciso recuar a 2018 (77%) para encontrar as famílias neste nível de dificuldade.
A despesa com o automóvel – combustíveis, manutenção e seguros – é a mais difícil de pagar, representando 67% dos problemas no orçamento das famílias. Logo depois vem a alimentação – carne, peixe e alternativas vegetarianas – com 59%. Depois, surgem as contas com as viagens e estadias (57%), cuidados dentários (55%) e obras e remodelações em casa (54%).
Quase metade das famílias portuguesas (44%) assume ter dificuldades em pagar a sua renda ou o seu empréstimo bancário. A mesma percentagem é registada para as despesas com a alimentação, por conta da inflação alta nestes produtos.
Por conta disto, o índice que mede a capacidade das famílias registou o valor mais baixo desde 2018, tendo caído para 42,1 pontos. Coimbra (47,1), Madeira (45,1), Beja e Lisboa (43,5) são as regiões com maior desafogo financeiro; em sentido contrário, Vila Real (38) e Aveiro (39,4) são os distritos em pior situação.
Quase três quartos das famílias afirmam ainda que é muito difícil ou mesmo impossível poupar dinheiro no final do mês.
“Estamos perante um cenário pouco animador para as famílias portuguesas. A incerteza da duração da guerra e os seus efeitos, a ausência de medidas que protejam os consumidores e a crise financeira que vem asfixiando a classe média na última década fazem antever uma evolução pouco auspiciosa da qualidade de vida em Portugal”, receia a Diretora de Comunicação e Relações Institucionais da Deco Proteste, Rita Rodrigues.
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