Exportadores de petróleo anunciam cortes surpresa na produção

Os principais países produtores de petróleo avançam com cortes voluntários na produção em mais de um milhão de barris por dia, a partir de maio e até ao final do ano.

A Arábia Saudita, a Rússia e outros países da aliança de produtores de petróleo (OPEP+), como os Emirados Árabes Unidos ou o Kuwait, anunciaram este domingo cortes voluntários na produção de crude em cerca de 1,2 milhões de barris por dia, a partir de maio e até ao final do ano, justificados com a estabilidade do mercado em caso de redução da procura.

Como escreve a Reuters, este é um anúncio surpresa, com a Arábia Saudita e a Rússia a liderarem os cortes, cada uma com 500 mil barris diários. Era esperado que este grupo de exportadores mantivesse os cortes de dois milhões de barris que já tinham sido acordados no último trimestre de 2022. O chamado painel ministerial, que inclui a Arábia Saudita e a Rússia, vai organizar uma reunião virtual esta segunda-feira.

Estes cortes de caráter voluntário somam-se aos que já tinham sido aprovados em outubro do ano passado, de dois milhões de barris por dia, e que provocaram duras críticas por parte do presidente norte-americano. Joe Biden argumentou na altura que era preciso fazer baixar os preços para apoiar o crescimento económico e impedir que Putin tivesse um aumento de receitas para financiar a guerra na Ucrânia.

Também este domingo, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, anunciou que Moscovo vai estender o corte de 500 mil barris por dia até ao final de 2023, que tinha decidido unilateralmente em fevereiro em reação à introdução das sanções aplicadas pelos países ocidentais, que incluíram a introdução de um tecto aos preços do crude russo.

Este anúncio poderá fazer crescer os preços do petróleo no mercado mundial em cerca de dez dólares por barril, contabilizou à mesma agência de notícias o cofundador da Pickering Energy Partners, antecipando que a redução da produção vai afetar “de forma significativa” a evolução dos preços.

No final de março, os preços do petróleo caírem para mínimos de quase um ano e meio na sequência da crise bancária provocada pelo colapso de dois bancos americanos, entre os quais o Silicon Valley Bank, e pelo resgate do Credit Suisse por parte do UBS.

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