Exclusivo Mota-Engil desiste da Efacec. Prazo para novas propostas termina hoje

Prazo para apresentação de propostas revistas e aumentadas termina hoje, Mota-Engil fica pelo caminho e perspetivas de propostas melhoradas são limitadas.

Esta segunda-feira é a data limite para os candidatos à compra da Efacec apresentarem as suas propostas melhoradas. A Mota-Engil não será uma delas. Ao que o ECO apurou, a construtora desistiu da corrida de reprivatização de 71,73% da Efacec e optou por não apresentar uma Best and Final Offer (Bafo). Por outro lado, relativamente aos que se mantém em jogo, as diferenças face às propostas iniciais poderão ser muito limitadas. Ao que o ECO apurou, o consórcio formado pelo Grupo Visabeira e pela Sodecia deverá manter a proposta inicial e a do fundo Mutares Iberia também não diferirá muito da primeira.

No início de março, o Conselho de Ministros decidiu passar os cinco candidatos que tinham apresentado propostas para a reprivatização e 71,73% da Efacec à fase seguinte, na qual eram convidados a apresentar propostas vinculativas e melhoras. Ou seja, Mota-Engil, Oaktree Capital Management, Oxy Capital; consórcio Visabeira/Sodécia e Mutares Iberia.

Tal como o ECO avançou, os grupos industriais portugueses apostavam apenas na aquisição da sunidades de negócio da Efacec enquanto os três fundos de private equity estarão interessados na totalidade do lote de ações em venda.

Ao que o ECO apurou junto de fontes conhecedoras do processo, a Mutares, por exemplo, vai apresentar uma proposta para garantir a sustentabilidade da operação, que passará por uma solução holística, ou seja, para o conjunto da empresa. Isto porque para estes investidores a opção de dividir a Efacec, nas atuais circunstâncias, poderá desestabilizá-la ainda mais, colocando-a em risco, já que afastará as atenções do negócio atual.

A Mutares não sente que esteja em desvantagem por ser um investidor estrangeiro. Na primeira tentativa de privatização, na qual também estiveram envolvidos, “talvez houvesse de facto uma preferência por um investidor nacional”, mas agora consideram que o processo está a ser gerido de forma “extremamente profissional”, segundo relatou ao ECO uma fonte.

Este candidato tem como cartão-de-visita os 130 gestores em operações de diferentes setores e em várias funções dentro de uma empresa, como por exemplo a parte financeira, produção, vendas, comercias, contratação pública. Mas também o facto de serem um investidor profissional que pode ajudar a melhorar a operação da Efacec já que se assume como um grupo industrial, e que, nos últimos anos comprou empresas ao Estado alemão, norueguês, austríaco e chinês.

Desde a resolução do Conselho de Ministros o processo voltou para as mãos da Parpública que negociou com os candidatos as suas propostas no sentido de as melhorar de modo a garantir que o Estado português perca o menor montante possível na operação. A Parpública irá entregar esta segunda-feira a avaliação das propostas para depois o Executivo tomar uma decisão e até lá não quer fazer qualquer cometário sobre o processo.

A situação financeira da empresa obrigou o Estado, como acionista maioritário, a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro, como o ECO revelou. Um montante que teve de subir para 14 milhões este ano, de acordo com o Jornal Económico (acesso pago), dada a gravidade das contas da Efacec. A companhia liderada por Ângelo Ramalho fechou o ano com um prejuízo operacional de 90,6 milhões de euros e um resultado líquido consolidado negativo de cerca de 52 milhões, como revelou o ECO, enquanto os capitais próprios revelam também uma situação líquida negativa de 50 milhões de euros (e ainda assim ajudada por 66 milhões de crédito fiscal por impostos diferidos).

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