Acionistas da Sonaecom dão nega à Sonae e OPA é chumbada

Sonae conseguiu comprar menos de 12% das ações da Sonaecom que necessitava para lançar uma aquisição potestativa. Com este resultado, a OPA cai por terra e as ações da Sonaecom continuarão em Bolsa.

A operação pública de aquisição (OPA) da Sonae à Sonaecom chegou esta segunda-feira ao fim, com a operação a ser chumbada pelos pequenos acionistas que não aceitaram vender as suas ações à Sonae por 2,5 euros.

De acordo com informação divulgada esta segunda-feira à CMVM, a Sonae conseguiu adquirir apenas 474.239 ações junto dos pequenos acionistas, que lhe permitiram atingir cerca de 88,837% do capital social.

A Sonae, liderada por Cláudia Azevedo, precisava de adquirir pelo menos 4,1 milhões de ações, representativas de cerca de 1,315% do capital social da Sonaecom com direitos de voto, que pressupõe um investimento de cerca de 10,2 milhões de euros.

Com este resultado, a Sonae não foi capaz de de atingir ou ultrapassar 90% do capital social da Sonaecom com direitos de voto que lhe permitia lançar uma aquisição potestativa. Recorde-se que, até ao lançamento da OPA, a Sonae detinha cerca de 276 milhões de ações com direitos de voto, representativas de cerca de 88,685% do capital social.

Significa que a Sonae conseguiu adquirir junto dos pequenos acionistas cerca de 12% das ações que necessitava para lançar uma aquisição potestativa.

“Considerámos que a melhor solução para todas as partes seria a saída da Sonaecom da Bolsa de valores”, refere fonte oficial da Sonae. “Fizemos o que nos competia e respeitamos a decisão dos acionistas que preferiram manter as suas ações.”

Com a OPA chumbada, as ações da Sonaecom irão manter-se em negociação em Bolsa, com a empresa a “implementar a sua estratégia e a investir no seu desenvolvimento, com foco nos setores de telecomunicações, tecnologia e na procura de novas áreas de crescimento”, refere a Sonae.

Recorde-se que a Sonae não aumentou o preço da oferta, mesmo depois de de os títulos terem estado constantemente a negociar acima dos 2,5 euros assim que foi publicado o anúncio preliminar da OPA.

No final do mês passado, João Dolores, diretor financeiro da Sonae, emitiu um comunicado sublinhando que a oferta era uma “oportunidades única” para os pequenos investidores, e que o preço oferecido pela Sonae não iria mudar.

O anúncio de João Dolores surgiu depois de tanto a Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas, como a Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), terem considerado injusto o preço oferecido pela Sonae.

A Maxyield, num comunicado de 23 de fevereiro, numa altura em que as ações da Sonaecom estavam a negociar nos 2,59 euros, referiu que o valor contabilístico da empresa se encontrava em torno de 4,50 euros por ação, “sendo incompreensível o montante que a Sonae pretende pagar pela aquisição das ações em poder dos restantes acionistas”.

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