BRANDS' ECOSEGUROS Os “quatro cavaleiros do Apocalipse” do setor segurador

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 21 Abril 2023

Digitalização, aumento de eficiência, personalização e cibersegurança são os "quatro cavaleiros do Apocalipse" do setor segurador.

A equipa de produto acaba de criar um novo seguro para veículos elétricos e quer lançá-lo antes do verão… O nosso melhor corretor queixa-se de que a integração connosco é um desastre… A direção atuarial quer modificar as tarifas assim como o fluxo de aprovação e não existem recursos nos sistemas… Foram detetadas vulnerabilidades na infraestrutura atual na qual se encontra a aplicação… O Comité exige a todas as áreas uma redução de custos superior a 10%… As novas campanhas de marketing multiplicam-se a cada ano…

As situações anteriores, verdadeiras dores de cabeça, sucedem quase diariamente no panorama do setor segurador. Além do mais, normalmente a raiz do problema reside numa plataforma tecnológica que não dá mais de si e não responde às necessidades apresentadas por um mercado, clientes e utilizadores internos cada vez mais exigentes em termos de velocidade, simplicidade e eficiência.

Há muitos elementos que exacerbaram o acima exposto, porém, se tivéssemos de reunir os verdadeiros “quatro cavaleiros do Apocalipse”, poderíamos apontar:

  • Aceleração exponencial do processo de digitalização;
  • Exigência do aumento de eficiência na atribuição de recursos ao negócio e não a áreas “periféricas”;
  • Necessidade de personalização e rapidez na resposta ao cliente;
  • Adaptação a requisitos regulamentares e de cibersegurança.

Apesar de, em média, quase 10% do total de prémios brutos se destinarem a custos de IT (relatório da Celent de 2022), em muitas seguradoras ainda se convive (ou, melhor dizendo, “mal vive”) num ambiente tecnológico que tira o sono a muitos responsáveis. Além disso, esse gasto aumenta de ano para ano.

Simplificando, em alguns cenários encontramos, por um lado, seguradoras que dispõem de aplicações próprias que, ao longo dos anos, vão crescendo e adaptando-se a um ambiente em mudança. Por outro, temos outras que decidiram distanciar-se desta situação incorporando uma solução de fornecedor especializado que se integra e configura internamente.

Pablo Ruiz, Diretor Comercial da Cleva (Espanha & Latam)

O primeiro cenário facilmente resulta na criação de autênticos Frankensteins que, longe de serem monstros amáveis, se convertem em autênticos pesadelos que, além do mais, crescem, tornando-se cada vez mais difícil erradicá-los já que acabam por criar raízes muito profundas.

O segundo caso pode ser semelhante à remodelação de uma casa: os custos estimados e o tempo de execução do projeto desviam-se de forma significativa. Além disso, por não serem tomadas em consideração as áreas técnica, de negócio e de produto, não é incorporada uma solução que responda às necessidades dos utilizadores-chave (o negócio ao serviço da ferramenta em vez do contrário).

Centrando-nos no segundo cenário, e sem intenções de simplificar demasiado algo muito complexo, é relevante fazer algumas recomendações:

  1. Colocar a ferramenta ao serviço do Negócio (com maiúscula) e dos objetivos estratégicos da empresa. Sem definir isto previamente, é muito fácil integrar cores que depois não correspondem às necessidades nem são aproveitados de forma adequada.
  2. O CIO não pode ser o único prescritor: na avaliação e no processo de tomada de decisão é imprescindível que a voz das áreas Técnica, Financeira e de Produto seja ouvida.
  3. Partir de uma mentalidade aberta no que diz respeito à infraestrutura atual onde o core será integrado. As implantações no local não podem ser uma espécie de dogma de fé baseado em preconceitos e medos muitas vezes próprios do desconhecimento. A Cloud oferece várias vantagens que, no mínimo, merecem ser avaliadas.
  4. Ainda que o fabricante do core, parceiro em toda a sua extensão, possa ter um ADN eminentemente tecnológico, deve conhecer o negócio segurador em detalhe. Este último ponto não costuma ser habitual, o que implica bastantes problemas na conceção do core.

Definir a estratégia, ouvir todos os envolvidos, estar aberto à cloud e, sobretudo, conhecer o negócio segurador em profundidade são ingredientes imprescindíveis para o sucesso.

Pablo Ruiz, Diretor Comercial da Cleva (Espanha & Latam)

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