Saiba porque deve ter um fundo de emergência na sua carteira
O primeiro passo de qualquer estratégia de investimento deve passar por construir um refúgio contra as tempestades do mercado. Fique a saber como pode construir um fundo de emergência sólido.
Março foi um mês recheado de sobressaltos nos mercados, por conta do colapso do segundo maior banco da história dos EUA e do resgate do Credit Suisse pelo Estado suíço e do UBS.
Para muitos investidores, estes episódios foram momentos de muito stress e de muita tensão, particularmente para aqueles que têm sentido no bolso a subida das taxas de juro e o aumento do custo de vida dos últimos meses.
Para esses, a possibilidade de fechar algumas das posições acionistas esteve (e continua a estar) em cima da mesa. É difícil aguentar uma queda de 10%, 20%, 30% ou mais no espaço de poucos dias. Mais ainda quando do lado da despesa (prestação da casa e da despensa), a fatura não para de subir. Mas é sobretudo nessas alturas que os investidores se apercebem que a sua carteira de investimentos está longe de estar devidamente organizada.
O dinheiro do “fundo de emergência” deve ser aplicado em ativos de baixo risco e com elevada liquidez.
Para evitar passar por uma situação dessas num próximo episódio de queda dos mercados (que vai acontecer), os investidores devem fazer uma avaliação à alocação dos seus investimentos e começarem pela base: da mesma forma que se constrói uma casa pelo chão, também a construção de uma carteira de investimentos começa por garantir, desde logo, a existência de fundações sólidas. Só depois vêm as paredes, as janelas e mais tarde o telhado.
Isso significa começar por dedicar toda a atenção (e esforço financeiro) a construir uma base sólida que ofereça estabilidade financeira e, sobretudo, tranquilidade emocional. O objetivo é construir um porto de abrigo que, em caso de se levantar uma tempestade avassaladora do dia para a noite, terá sempre um refúgio com meios suficientes para salvaguardar as necessidades básicas e com força para servir de alavanca para um novo recomeço. Damos a este porto de abrigo o nome pomposo de “fundo de emergência”.
Fundações seguras e sólidas
A dimensão do “fundo de emergência” não deve ser inferior a 8 ou 12 meses das suas despesas fixas. Nestas contas entram a prestação da casa e de restantes créditos, as despesas com a água, luz, água e telecomunicações, a prestação do colégio dos miúdos, o combustível do carro e todas as outras despesas recorrentes do seio familiar.
Desta forma, na eventualidade de alguma surpresa terá um “balão de oxigénio” de 8 a 12 meses para se levantar sem provocar um choque demasiado doloroso no dia a dia da família.
O dinheiro do “fundo de emergência” deve ser aplicado em ativos de baixo risco e com elevada liquidez. O mais importante não é ganhar dinheiro, mas garantir que as poupanças lá colocadas estarão disponíveis a qualquer hora para salvaguardar uma qualquer emergência (situação de desemprego, arranjo do carro, etc.).
Os depósitos bancários cumprem na perfeição este requisito. No entanto, não é agradável saber que os bancos continuam a mostrar-se pouco simpáticos com as poupanças das famílias.
Por isso, os Certificados de Aforro, apesar de não serem tão líquidos como os depósitos porque só são reembolsáveis um trimestre após a data da sua subscrição, são o produto de baixo risco mais rentável à disposição dos pequenos aforradores: em abril, a taxa de juro das novas subscrições e capitalizações de Certificados de Aforro será de 3,5%.
Para ter o melhor dos dois mundos (total liquidez e alguma rendibilidade), o mais indicado pode passar por equilibrar a exposição do “fundo de emergência” a estes dois produtos, numa proporção de, por exemplo: por cada dez euros em depósitos estarão aplicados 30 euros em Certificados de Aforro.
A partir daqui, com um “fundo de emergência” sólido e bem preparado contra tempestades, a carteira dos investidores está pronta para agarrar as inúmeras oportunidades que o mercado oferece quando fica pintado de vermelho.
Texto incluído na edição de 10 de abril do Portefólio Perfeito que pode subscrever através deste link.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Saiba porque deve ter um fundo de emergência na sua carteira
{{ noCommentsLabel }}