Britânicos têm de aceitar que estão mais pobres, diz economista-chefe do Banco de Inglaterra

Segundo Huw Pill, os britânicos estão relutantes em aceitar que estão realmente numa situação pior, em que cada um tem de assumir a sua quota-parte. 

O economista-chefe do Banco de Inglaterra, Huw Pill, disse num podcast que os britânicos precisam de aceitar que estão mais pobres, se não os preços vão continuar a aumentar.

“De alguma forma, no Reino Unido, alguém precisa aceitar que sua situação piorou e parar de tentar manter o seu poder de compra real aumentando preços, em salários mais altos ou repassando os custos de energia para os clientes”, disse, citado pela BBC, o economista emBeyond Unprecedented”, um podcast sobre economia global, da faculdade de direito de Columbia, nos EUA.

Segundo Huw Pill, os britânicos estão relutantes em aceitar que estão realmente numa situação pior, em que cada um tem de assumir a sua quota-parte.

A inflação no Reino Unido foi de 10,1% em março, naquele que foi um abrandamento em relação à taxa de 10,4% registada em fevereiro, diz a BBC, referindo que no entanto isso não significa que os preços estão a baixar, mas antes que estão a subir a um ritmo ligeiramente mais lento. E embora os salários tenham subido, não conseguem competir com a inflação, o que significa que as pessoas estão pior.

O economista-chefe do Banco de Inglaterra defende que os aumentos salariais fizeram com que os preços ainda subissem mais em toda a economia.

Huw Pill. Foto: Banco de Inglaterra

Mas Huw Pill não é a primeira figura do Banco de Inglaterra a sustentar que aumentos nos ordenados contribuem para a inflação elevada, refere o The Guardian, acrescentando que, no ano passado, também Andrew Bailey, governador do banco central, incitou a que as pessoas não pedissem grande aumentos salariais, de forma a tentar fazer parar com que os preços subissem descontroladamente.

Estas afirmações foram recebidas com indignação por parte dos sindicatos e o governo britânico optou por se distanciar destes comentários, afirma ainda o jornal britânico.

“Huw é responsável pela análise que se usa para tomar as nossas decisões de políticas monetárias. Também conduz a pesquisa que suporta todas as nossas outras funções”, lê-se no perfil do economista no site do Banco de Inglaterra. Anteriormente, Huw Pill trabalhou na Goldman Sachs ou no Banco Central Europeu.

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