BRANDS' ECO Visa apoia fintechs portuguesas com programa de aceleração

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  • 2 Maio 2023

A Visa lançou a primeira edição do Visa Innovation Program Europe em Portugal e Espanha. Gonçalo Santos Lopes, Country Manager da Visa Portugal, dá mais detalhes sobre o programa em entrevista ao ECO.

A primeira edição do “Visa Innovation Program Europe” (VIPE) em Portugal já arrancou, num formato conjunto com Espanha. O programa, realizado em parceria com a Fintech Solutions e a Hackquarters, tem lugar para oito fintechs nos dois países.

Além de pretender ajudar no desenvolvimento de soluções para os desafios no setor de pagamentos, o VIPE também tem como objetivo melhorar as ferramentas e produtos das fintechs selecionadas.

Em entrevista ao ECO, Gonçalo Santos Lopes, Country Manager da Visa em Portugal, explica o funcionamento do VIPE, bem como as vantagens que as fintechs escolhidas terão ao participar no programa.

Este ano a Visa lançou a primeira edição do ´Visa Innovation Program Europe´, VIPE, em Portugal. Em que consiste esta iniciativa?

O Visa Innovation Program Europe, edição portuguesa e espanhola, é uma plataforma colaborativa com o objetivo de ajudar fintechs a acelerar a sua resposta aos desafios futuros no setor de pagamentos, permitindo melhorar a sua própria proposta de valor, ferramentas e produtos, bem como, a possibilidade de fornecer as suas soluções à rede global de clientes e parceiros Visa em 200 países.

Este programa foi lançado pela primeira vez na Turquia, Bulgária e Grécia em 2018 com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de fintechs através de um programa de seis meses. Estamos, portanto, muito entusiasmados por trazer este programa a Portugal numa edição partilhada com Espanha, em colaboração com os nossos parceiros, a Fintech Solutions e a Hackquarters, já experientes em outras edições.

Há lugar para oito fintechs em Portugal e Espanha. O que é que estas fintechs vão ganhar com este programa?

Alinhando as nossas ações com os nossos parceiros, terão à sua disposição conteúdos formativos, sessões de mentoria, alinhamento de contacto com investidores. Por outro lado, acesso a reuniões com instituições financeiras e empresas de outros setores interessados em conhecer a sua oferta de valor, para além de oportunidades de colaboração conjunta.

Este ano lançámos o VIPE em sete mercados, reforçando o desejo em receber todas as candidaturas de fintechs que se sintam confiantes com os seus projetos e ideias. Encontramo-nos na fase de seleção dos melhores candidatos e iremos anunciar em breve os selecionados. Esta é uma oportunidade para impulsionar o crescimento destas fintechs que, ao aderirem ao programa, terão a oportunidade de intensificar o seu negócio e encontrar novas oportunidades de crescimento. Estamos muito entusiasmados com os projetos que se podem destacar e criar impacto nesta edição do VIPE.

Quais os impactos que considera que um programa como este pode trazer para a economia de Portugal?

O setor Fintech cresceu exponencialmente nos últimos anos, muito em parte devido a inúmeros fatores, entre os quais a rápida digitalização do comércio, dos sistemas de pagamento e devido à mudança nos hábitos de consumo. Mas sem parcerias o progresso é mais lento, por isso, através do Visa Innovation Program Europe, promovemos a ligação das fintechs com toda a rede Visa. Para tal, parte do programa consiste em promover pontos de contacto com bancos, retalhistas e empresas de outros setores que fazem parte da nossa rede. Através destes contactos, pretendemos estimular oportunidades sólidas de colaboração entre ambos.

Com este programa pretendemos, também, ampliar uma das melhores características da cultura portuguesa, o “ADN de empreendedorismo”, um fator que, agora, mais do que nunca, é essencial para a nossa economia, encontrando-se ainda numa fase de recuperação da pandemia.

Gonçalo Santos Lopes, Country Manager da Visa em Portugal
Tendo em conta que os aspetos valorizados nas fintechs escolhidas estão relacionados com a criação de soluções focadas em experiências de pagamento de última geração (como criptomoedas, redes de blockchain ou o setor da banca) e, uma vez que ainda há muita desinformação sobre estas soluções, acha que este programa pode ajudar a que se construa uma nova mentalidade sobre as mesmas?

Definitivamente, estas soluções já não são totalmente desconhecidas na nossa sociedade, no entanto, ainda existe um sentimento de dúvida e incerteza. Por isso, queremos trabalhar em conjunto com iniciativas pioneiras, ideias inspiradoras, e projetos vanguardistas. Para nós, esse é o caminho que estamos empenhados em prosseguir.

Neste sentido, sentimos que a colaboração é um dos maiores valores que o VIPE traz a todo o ecossistema, um facto crucial para impulsionar a inovação, transformação e desbloquear novas oportunidades de pagamento.

Este programa está a decorrer há mais tempo no sul da Europa, desde 2019, onde teve uma grande adesão e sucesso. Considera que acontecerá o mesmo em Portugal?

O Visa Innovation Program Europe está a impulsionar o ecossistema das Fintech no Sul da Europa desde 2019. Com quatro mercados em funcionamento em 2022, tornou-se já um programa com mais de 900 candidaturas recebidas, 72 fintechs selecionadas e 68 Provas de Conceito implementados com sucesso.

Além disso, as fintechs que participaram angariaram mais de 350 milhões de euros de financiamento durante a sua participação no Visa Innovation Program, quer independente, ou através de contactos com os gestores e parceiros do programa. Um dos primeiros participantes no programa, a Payhawk, da Bulgária, tornou-se um unicórnio em 2022 e isto gera obviamente um enorme sentimento de orgulho e expectativa entre todos a fintechs que participam.

Considerando a dimensão do ecossistema de fintechs em Portugal, esperamos ter um conjunto alargado de candidatos no total desta edição. Se oito fintechs forem selecionadas, gostaríamos de ver, pelo menos, cinco a seis pilotos desenvolvidos. Isto é, obviamente, difícil de prever, uma vez que existem um conjunto de variáveis que podem condicionar este resultado. Quanto ao financiamento, não temos um objetivo definido a atingir, facilitamos as apresentações aos investidores através das redes de contacto dos nossos parceiros e delas depende a qualidade, utilidade e usabilidade, entre outras variáveis das soluções apresentadas. O resultado da interação dos contactos e desta ponte nas relações entre entidades não tem um padrão previsível.

Quais as perspetivas de futuro que as fintechs selecionadas terão depois de participarem no VIPE?

O Visa Innovation Program Europe em Portugal irá permitir aprofundar as relações corporativas das fintechs com clientes e parceiros Visa que possam estar interessados em explorar a sua oferta de valor, irá igualmente disponibilizar formação especializada, recursos de mentoria e apresentações a investidores.

Além disso, temos a intenção de dar visibilidade de todo o programa, incluindo a cobertura a outros clientes e parceiros em outras geografias que participam atualmente nas suas próprias edições europeias do programa.

O Visa Innovation Program Europe foi concebido para acelerar o crescimento das fintechs selecionadas em cada mercado, permitindo a colaboração entre eles e o ecossistema global da Visa, trazendo soluções inovadoras para o mercado, mais rápidas e mais eficientes. A nossa expectativa é sempre a de estimular estas fintechs e fazê-las crescer mais rapidamente, mas de forma sustentada.

A Visa conta já com uma longa experiência no setor Fintech. O que é que este tipo de startups e empresas trazem à Visa e ao ecossistema dos pagamentos? Que papel têm as fintechs na estratégia da Visa?

Em primeiro lugar, planeamos incorporar fintechs regulamentadas no nosso ecossistema que atuem na emissão e aceitação de meios de pagamento através das ferramentas disruptivas. Além disso, queremos responder ao desafio da internacionalização, fornecendo apoio direto nos mercados em que atuamos para as fintechs que ambicionem as suas operações a nível internacional.

A médio e longo prazo, a nossa estratégia é expandir a nossa rede de colaboração, continuar a ajudar novas empresas a desenvolver soluções de pagamento e, em síntese, ser um parceiro útil para as fintechs, promovendo-as aos nossos clientes do setor financeiro, retalhistas, empresas de outros setores e administração pública.

Tudo isto está enquadrado no nosso objetivo de oferecer ao cliente uma maior experiência de pagamento digital, mais inovadora, sustentável, rápida e segura.

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