“Estamos a vender barato o nosso vinho”, diz ministra da Agricultura

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

Maria do Céu Antunes espera que, no final deste ano, as exportações de vinho possam atingir os 1.000 milhões de euros.

A ministra da Agricultura afirmou esta quinta-feira que Portugal está a vender barato o seu “bom vinho”, sendo, por isso, necessário acrescentar-lhe o valor e reconhecimento merecido, saudando ainda assim o aumento do preço médio.

“Os dados que o IVV [Instituto da Vinha e do Vinho] apurou em relação à campanha 22-23 mostram que há uma quebra na produção, que se deve às alterações climáticas, mas também ainda reflete as consequências da pandemia, da guerra, de uma crise inflacionista e das sanções aplicadas à Rússia, bem como do aumento dos custos de produção”, afirmou a ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, que falava em Lisboa, na iniciativa “Um ano de Terroir” (projeto dedicado ao setor do vinho), organizada pelo Jornal Público.

Ainda assim, a governante saudou o trabalho que o setor tem desenvolvido, que permitiu atingir 940 milhões de euros de exportações em 2022 e subir o preço médio do vinho. “Estamos a vender o nosso bom vinho barato e precisamos de lhe acrescentar valor e reconhecimento”, sublinhou.

A titular da pasta da Agricultura e da Alimentação espera que, no final do corrente ano, as exportações de vinho possam atingir os 1.000 milhões de euros. Durante a sua intervenção, a ministra lembrou que, esta sexta-feira, encerra um aviso que vai disponibilizar mais de 70 milhões de euros para a renovação e reconversão da vinha; 2,5 milhões de euros para a reconversão em modo biológico e 10 milhões de euros para a promoção externa, que classificou como essencial.

Maria do Céu Antunes disse ainda que Portugal não subscreveu uma posição da Irlanda para rotular o vinho, à semelhança do que já se faz com o tabaco, defendendo que existem vários projetos no país que falam sobre o consumo consciente.

Por outro lado, vincou que Portugal, apesar de não se poder comparar em termos de dimensão com mercados como França, pode competir em termos de qualidade, pedindo que se continue a produzir com qualidade, mesmo que em menor quantidade. “Somos um país pequeno, mas a nossa diversidade é muito grande. A valorização das nossas castas tem que ser feita e deve ser explicada”, apontou.

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