Preço do gás na Europa tombou 40% no primeiro trimestre

Os preços do gás caíram, de forma generalizada, no primeiros três meses do ano, e assim deverá continuar no segundo trimestre. Boletim da ERSE destaca tombo de 40% na cotação europeia.

O preço do gás que é referência na Europa derrapou 40,8% no primeiro trimestre, quando comparado com o trimestre anterior, fazendo desta a cotação europeia de gás que mais caiu. A cotação dos contratos ibéricos acompanhou a tendência, mas foram dos que menos desvalorizaram, apesar de o preço final ser inferior.

De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), enquanto o preço do holandês TTF, que é a referência para os mercados europeus, desvalorizou para os 57,8 dólares por megawatt/hora (MWh) até março, face aos últimos três meses de 2022, o preço do gás ibérico (MIBGAS) tombou 26,8% para 55,4 dólares por MWh.

“De uma forma geral, verifica-se que no primeiro trimestre de 2023 todos os produtos apresentam uma tendência decrescente acentuada nas suas cotações“, refere o regulador no boletim de commodities, referente aos primeiros três meses e divulgado esta quarta-feira.

A queda dos preços do gás na Europa é superada apenas pela desvalorização deste combustível nos Estados Unidos. Segundo o regulador, preço do norte-americano HH, referência para contratos de futuros de gás naquele país, caiu 44% no primeiro trimestre para 11,1 dólares por MWh.

Segundo a análise da ERSE, a expectativa é que a tendência de redução de preços se mantenha durante o segundo semestre, traduzindo-se numa queda adicional de 17%.

“Analisando o comportamento dos futuros de gás natural, percebe-se que a expectativa do mercado no primeiro trimestre de 2023, relativamente ao preço desta commodity, era de uma ligeira diminuição dos preços para valores na ordem dos 47 dólares por MWh para o segundo trimestre de 2023, representado uma redução média de 17 %, face ao primeiro trimestre de 2023″.

Além do gás natural, também o preço do gás natural liquefeito (GNL) no primeiro trimestre caiu. De acordo com a ERSE, os preços médios do GNL registaram reduções médias de 39%, naquele período, para valores na ordem dos 66 dólares por MWh.

O fenómeno é justificado pelas temperaturas de inverno mais amenas e, por outro lado, acrescenta o regulador, devido a uma procura global de gás “inferior ao esperado”, uma vez que os níveis de armazenamento de gás estão elevados. Os dados da Comissão Europeia revelam que, em março, os 27 Estados-membros tinham 56% dos stocks cheios. Esse valor deverá ainda subir, uma vez que os Estados-membros terão que voltar a reabastecer as reservas de gás antes do próximo inverno.

Adicionalmente, contribuíram para a desvalorização do GNL os níveis de procura da China, que esteve “em linha com as expectativas do mercado”.

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