Lucros da Semapa subiram 35,7% no primeiro trimestre do ano

Holding da família Queiroz Pereira sublinha que a melhoria do EBITDA num “ambiente desafiante” foi o “principal impulsionador” do aumento dos resultados até março, que totalizaram 57 milhões de euros.

Um dia depois de informar o mercado que vai pagar o dividendo de 95 cêntimos no início de junho, distribuindo um valor total aproximado de 75,9 milhões de euros, a Semapa anunciou esta sexta-feira uma subida de 35,7% nos resultados no primeiro trimestre deste ano, para 57 milhões de euros. Nos primeiros três meses do ano passado, o conglomerado industrial português tinha lucrado 42 milhões de euros.

Em comunicado enviado à CMVM, a holding da família Queiroz Pereira sublinha que a melhoria do EBITDA num “ambiente desafiante” (+12,1 milhões de euros, para um total de 166,8 milhões) foi o “principal impulsionador” deste aumento do resultado líquido. Entre janeiro e março, 130,7 milhões foram gerados na Navigator, 32,2 milhões na Secil e 4,6 milhões na ETSA (ambiente). A margem EBITDA consolidada atingiu 24,7%, 0,6 p.p. acima da registada em igual período de 2022.

“O aumento do EBITDA foi impulsionado pelo crescimento no segmento de pasta e papel, beneficiando da desaceleração dos custos, nomeadamente de logística, de algumas matérias-primas e de energia, o que, a par com o esforço de manutenção de preços e enriquecimento do mix de produto, compensou parcialmente a redução do volume de vendas de papel UWF. O EBITDA do segmento de cimento aumentou em cerca de 10% refletindo a boa performance de Portugal, que contrasta com as dificuldades dos restantes países que resultam principalmente do aumento dos custos energéticos”, aponta.

O volume de negócios consolidado do grupo liderado por Ricardo Pires ascendeu a 675,2 milhões de euros (vs. 641,8 milhões no período homólogo), com a Navigator a valer 501,2 milhões, beneficiando com o aumento de 19% do volume de vendas de pasta e com a evolução favorável de preços de tissue. No arranque do ano, as exportações e as vendas no exterior ascenderam a 489 milhões de euros, representando 72,4% das vendas totais.

Na nota referente ao primeiro trimestre, em que a dívida líquida remunerada consolidada atingiu 764,6 milhões de euros (29,6 milhões abaixo do final de 2022), a Semapa sublinha que “o atual contexto político-económico, marcado pela desaceleração das economias, pela inflação e pelo prolongar da guerra na Ucrânia, faz com que permaneça uma situação de grande imprevisibilidade e de enorme volatilidade”.

“A eficácia das políticas monetária e económica na Europa, bem como a evolução do risco geopolítico, terão um papel determinante para o clarificar das incertezas atuais. O Grupo Semapa está a gerir estes eventos desfavoráveis com um forte empenho no aumento de eficiência, potenciando a produtividade, moderando o aumento dos custos variáveis via contenção de consumos específicos, e com um esforço continuado de controlo dos custos fixos”, completa.

No capítulo dos investimentos em ativos fixos realizados nos primeiros três meses do ano, num valor total de cerca de 60,6 milhões de euros, quase o dobro do verificado um ano antes, surge novamente em destaque a Navigator (41,7 milhões de euros, dos quais 15,1 milhões em ambiente ou de cariz sustentável. Até junho será concluído o investimento na instalação industrial da Secil no Outão, CCL – Clean Cement Line, que entre janeiro e março absorveu 4,8 milhões de euros.

A aquisição da Gomà-Camps Consumer em Espanha por parte da Navigator, que foi concluída a 31 de março por cerca de 85 milhões de euros, é enquadrada na “estratégia de diversificação” e para o reforço da presença no segmento At Home. A integração desta nova fábrica vai permitir à Navigator posicionar-se como o segundo maior produtor ibérico de tissue.

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