Municípios e regiões de Espanha vão hoje a votos

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

Os 35.539.083 eleitores espanhóis são hoje chamados a votar para eleger os 12 parlamentos regionais e mais de 8.100 assembleias municipais.

Espanha tem este domingo eleições municipais em todo o país e regionais em 12 comunidades autónomas, com as sondagens a preverem várias batalhas renhidas entre a esquerda do PSOE, no poder, e a direita do PP, na oposição.

Estas eleições são a primeira ida a votos este ano em Espanha, que tem também legislativas nacionais previstas para dezembro, no final de uma legislatura marcada pela primeira coligação governamental no país, entre o Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.

Os 35.539.083 eleitores que estão hoje chamados a votar vão escolher 12 parlamentos regionais e mais de 8.100 assembleias municipais.

Nas 12 comunidades autónomas em que há eleições, o PSOE lidera os governos regionais de nove (Aragão, Astúrias, Baleares, Canárias, Castela La Mancha, Comunidade Valenciana, Extremadura, Navarra e Rioja); o Partido Popular (PP) de duas (Madrid e Múrcia) e o Partido Regionalista da Cantábria de uma (Cantábria).

A campanha do PSOE e do PP, as duas maiores forças políticas de Espanha, esteve focada na Comunidade Valenciana, a quarta maior região espanhola em população e atualmente a principal autonomia liderada pelos socialistas, com uma coligação de partidos de esquerda, de extrema-esquerda e de âmbito regional.

Segundo sondagens publicadas pelos jornais El Pais e El Mundo no início da semana passada, as últimas que a lei eleitoral espanhola permitiu divulgar, o PP será o partido mais votado na Comunidade Valenciana, mas com a possibilidade de ser reeditado o governo atual de esquerda, embora “no limite”, numa eleição que se decidirá “por um punhado de votos”.

Os estudos de opinião sugeriram ainda disputas apertadas em Aragão e Baleares, com a possibilidade de os socialistas perderem estas regiões.

Em Madrid, as sondagens coincidiram numa nova vitória do PP, tanto na cidade como na região, neste último caso, com a possibilidade de maioria absoluta.

Nas grandes cidades para além de Madrid, as mesmas sondagens anteveem disputas apertadas em Barcelona, Valência e Sevilha, todas atualmente nas mãos de partidos de esquerda.

Em Barcelona, a disputa é entre partidos de esquerda, enquanto em Valência e Sevilha a luta é entre esquerda e direita.

Nas municipais, as eleições que hoje se realizam em todo o país, o PSOE, à frente do Governo nacional desde 2018 e liderado pelo também primeiro-ministro Pedro Sánchez, deverá continuar a ser o partido globalmente mais votado, mas apenas com mais 2,3 pontos percentuais do que o PP (30,2% e 27,9%, respetivamente), segundo um estudo do organismo público Centro de Investigações Sociológicas (CIS) publicado na segunda-feira passada.

Na sondagem anterior, de 11 de maio, véspera do arranque da campanha, o CIS previa 32% para o PSOE e 27,3% para o PP, partido cujo presidente, Alberto Núñez Feijóo, foi eleito há cerca de um ano e enfrenta hoje o primeiro grande teste eleitoral.

Além da disputa entre PSOE e PP, hoje está também em causa verificar a dimensão do esperado avanço da extrema-direita do VOX na generalidade do país, depois de em 2022 ter conseguido, em simultâneo, a sua maior vitória e o primeiro fiasco eleitoral desde 2015.

A vitória foi em Castela e Leão, onde o VOX conseguiu entrar pela primeira vez num governo em Espanha, coligado com o PP. O fiasco deu-se na Andaluzia, onde o PP conquistou uma maioria absoluta que deixou o VOX sem influência no poder.

O PP ganhou as duas eleições regionais antecipadas para 2022 (Andaluzia e Castela e Leão), criando uma expectativa de crescimento do partido pela primeira vez desde 2018.

A expectativa para hoje é saber quanto consegue avançar o PP e em que medida dependerá de alianças com o VOX para tirar governos e autarquias à esquerda.

À esquerda dos socialistas, as eleições de hoje estão a ser vistas como um laboratório de novos protagonistas, como a ministra do Trabalho e dirigente comunista Yolanda Díaz, num momento de divisão da plataforma Unidas Podemos.

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