Taxa de juro dos novos Certificados de Aforro não vai além de 2,37%

Os investidores terão de esperar mais de três anos para receberem o mesmo montante de juros que receberiam anteriormente com Certificados de Aforro. E isto se a Euribor a 3 meses não baixar dos 2,5%.

Os novos Certificados de Aforro perderam encanto. Na melhor das hipóteses, os aforradores podem agora almejar uma taxa interna de rendibilidade líquida de impostos (TIR) máxima de 2,37%. Mas, para isso, têm de manter o seu capital investido 15 anos, o prazo máximo permitido por lei pela atual série de Certificados de Aforro (Série F), e esperar que a taxa Euribor a três meses não baixe dos 2,5%.

A anterior série (Série E) era bem mais favorável. Até sexta-feira, todos os aforradores que aplicassem as suas poupanças em Certificados de Aforro poderiam ambicionar alcançar uma TIR máxima de 3,06%, tendo para isso que manter os títulos em carteira por 10 anos (limite máximo permitido por lei para esta série).

No bolso dos pequenos investidores, esta diferença traduz-se num montante de 120 euros de juros por cada 1.000 euros investidos pelo prazo de 10 anos. Mas não só. De acordo com cálculos do ECO, e assumindo a aplicação das taxas de juro base máximas ao longo de todo o período do investimento em ambas as séries, só ao fim de 13 anos de investimento na Série F é que o total de juros superará os juros pagos pela Série E em apenas 10 anos.

Ou seja: os aforradores vão ter agora de esperar mais três anos e seis meses para receberem o mesmo montante de juros que recebiam anteriormente.

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A taxa de juro base da Série F é calculada da mesma forma que a da Série E: média da taxa Euribor a 3 meses nos últimos 10 anos no antepenúltimo dia do mês. Porém, se anteriormente a esta taxa era conferido um prémio de subscrição de 1%, a nova série não conta com essa benesse.

Além disso, a taxa de juro base máxima da Série E era de 3,5% e a atual não vai além dos 2,5%. Isso faz com que a rendibilidade seja duramente afetada ao longo de todo o período e mesmo já considerando que a partir do 12.º ano (inclusive) a Série F oferece prémios de permanência acima de 1%.

De acordo com cálculos do ECO, estas diferenças refletem-se em diferenças consideráveis entre as TIR das duas séries, aumentando significativamente à medida que a taxa Euribor a 3 meses baixe da fasquia dos 2,5% (hoje está nos 3,49%).

Assim, um investimento a cinco anos e assumindo que durante este período a taxa Euribor a 3 meses não baixa dos 2,5%, a TIR de um investimento em Certificados de Aforro da Série E é de 2,83%, cerca de 1,44 vezes superior à TIR de 1,96% que pagarão os Certificados de Aforro da Série F.

Mas se a Euribor a 3 meses baixar para 1%, a diferença da TIR do investimento entre as duas séries escala para mais do dobro, com os títulos da Série E a oferecem uma TIR de 1,74% enquanto os Certificados de Aforro da Série F pagarão apenas 0,87%, assumindo igualmente um investimento a cinco anos.

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Se os pequenos investidores terão de contar com menos juros dos seus investimentos em Certificados de Aforro, os bancos viram retirar alguma pressão sobre os depósitos.

Se, por exemplo, anteriormente uma aplicação a um ano em Certificados de Aforro oferecia, no máximo, 2,54% líquidos, agora a mesma aplicação confere uma rendibilidade líquida de 1,81% – isto assumindo uma taxa Euribor a 3 meses sempre acima de 2,5% ao longo do período de investimento.

Isto significa que agora, os bancos, para igualarem a atual remuneração dos Certificados de Aforro, têm de pagar uma taxa de juro bruta (TANB) de 2,51% por um depósito a 12 meses, quando antes teriam de pagar 3,53%.

Mesmo assim, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal, a oferta comercial dos bancos ainda está longe desta meta. Em abril, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 0,90% para 1,03%, e os novos depósitos com prazo até 12 meses foram remunerados, em média, a 0,95%.

(Texto corrigido às 13h35 com alteração da TIR líquida máxima dos novos Certificados de Aforro para 2,37%.)

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