Bancos espanhóis abrandam subida dos juros dos depósitos em abril e aumentam fosso com a Zona Euro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Junho 2023

Em abril, a banca espanhola pagou uma média de 1,33% de juros às famílias pelos depósitos a um ano, 40% abaixo da média na Zona Euro.

Espanha é o quinto país da Zona Euro onde a banca paga menos juros pelos depósitos das famílias. Pior só na Grécia, Portugal, Eslovénia e Chipre. De acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE) relativos a abril, citados pelo Cinco Días, os bancos espanhóis pagaram em média uma taxa de 1,33% às famílias pelas poupanças com prazo até 12 meses, muito abaixo da média registada na Zona Euro (2,27%).

Espanha faz parte do grupo de cinco países da moeda única onde os juros dos depósitos das famílias caíram no quarto mês do ano (está no grupo da Letónia, Croácia, Eslovénia e Chipre).

Este abrandamento deve-se ao aumento acentuado do custo dos passivos da banca espanhola. Por exemplo, em março, aumentou consideravelmente em relação a fevereiro, quando remunerava, em média, 0,76%. O mesmo aconteceu em janeiro, quando pagou apenas uma média de 0,37%. Mas esta aceleração não significa que a convergência com a média europeia tenha sido alcançada: ainda está 40% abaixo.

Quanto aos juros dos depósitos das empresas, os bancos espanhóis pagaram, em média, uma taxa de 2,6% em abril, valor mais próximo dos 2,79% de média na Zona Euro. Em Portugal, a taxa média foi de 2,33% em abril, subindo pelo terceiro mês seguido. Esta taxa tinha sido de 1,05% em janeiro, 1,50% em fevereiro e 1,98% em março. Também no caso nacional as remunerações para as empresas são mais atrativas do que para as famílias.

Nos últimos meses, o Governo e as instituições europeias apelaram a que se pagasse mais pelos depósitos, embora os bancos continuem concentrados na venda de fundos de investimento. O Banco de Espanha foi a mais recente entidade a criticar esta política, vendo duas razões principais para este atraso: o excesso de liquidez e a falta de concorrência.

Em Portugal a pressão para a subida das remunerações dos depósitos é idêntica, tendo em conta a subida das taxas de juro. Uma pressão que subiu de tom depois de o Executivo ter decidido rever em baixa as condições oferecidas pelos Certificados de Aforro, ao substituir a série E pela F, que no máximo dará um juro líquido aos aforradores de 2,37%, de acordo com as contas do ECO. A decisão é vista pelos partidos da oposição como uma cedência à banca. O Presidente da República opta por dizer que a mudança nos Certificados de Aforro é um “apelo implícito à banca”.

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