BCE pede aos bancos europeus para saírem “rapidamente” da Rússia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Junho 2023

Alguns bancos europeus, como o austríaco Raiffeisen Bank International e o italiano UniCredit, continuam em atividade na Rússia. Supervisor do BCE apela a que "saiam rapidamente".

Os bancos da Zona Euro presentes na Rússia devem sair rapidamente, disse esta terça-feira o principal supervisor do Banco Central Europeu (BCE), num raro apelo aos credores para encerrar as operações naquele país, mais de um ano após o início da invasão russa na Ucrânia.

“Penso que é importante que os bancos continuem muito concentrados em reduzir ainda mais as suas exposições e, idealmente, em sair do mercado o mais rapidamente possível“, disse Andrea Enria, o principal supervisor do BCE, durante numa conferência.

Passado mais de um ano desde que Moscovo invadiu a Ucrânia, alguns bancos europeus, incluindo o austríaco Raiffeisen Bank International e o italiano UniCredit, continuam a ganhar dinheiro na Rússia.

Embora reconheça que os bancos já não concedem novos empréstimos na Rússia e que é difícil vender devido à pressão de Moscovo, incluindo a exigência de aprovação presidencial, Enria sublinhou, citado pela Reuters, a necessidade de adotar novas ações.

“Este é um processo que não só elogiamos, como pressionamos fortemente os bancos a realizarem, porque há um enorme risco de reputação (envolvido) em continuar a operar na Rússia“, disse o responsável.

O Raiffeisen e o UniCredit, que garantem estar a reduzir a sua atividade na Rússia, desempenham um papel importante na economia russa, que enfrenta sanções da União Europeia e aliados. O Raiffeisen, o mais importante banco ocidental na Rússia, anunciou que está a examinar uma cisão ou venda.

VTB vai vender grande retalhista de cereais

Entretanto, o VTB, o segundo maior banco da Rússia, vai vender a sua participação num dos maiores comercializadores de cereais da Rússia, a Demetra, estando em negociações com compradores russos e estrangeiros, disse o CEO, Andrei Kostin, em entrevista à Reuters.

A Demetra possui uma rede de elevadores de cereais, grandes terminais de cereais em alto mar e a sua própria logística. O VTB detém uma participação de 45% na holding.

Estamos a sair de lá. Está decidido. Estamos fora de controlo há muito tempo e vamos sair completamente“, reiterou Kostin, assinalando que a participação da VTB será vendida ainda este ano. Questionado se já tinham interessados, respondeu que “até, talvez, não sejam apenas russos”. Sem detalhar, afirmou apenas que são de “países amigos”, expressão utilizada pelo Kremlin para descrever os países que não impuseram sanções à Rússia.

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