Crédito ao consumo sobe 2% para valor recorde de 2,5 mil milhões até abril

Consumidores pediram mais de 2,5 mil milhões de euros nos quatro primeiros meses de 2023, o montante mais elevado em, pelo menos, dez anos. Isto apesar do travão registado em abril.

Os bancos e outras instituições financeiras concederam mais de 2,5 mil milhões de euros em crédito ao consumo nos primeiros quatro meses do ano, o valor mais elevado desde 2013, quando o Banco de Portugal começou a compilar os dados.

Trata-se de um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que ainda se verificavam alguns constrangimentos por causa da pandemia e quando os agentes económicos se ajustavam à realidade da guerra na Ucrânia.

Ainda assim, os empréstimos aos consumidores travaram de forma significativa em abril, de acordo com o supervisor: foram concedidos 550 milhões de euros, o que representa uma quebra de 26% em comparação com o mês anterior (março) e menos 5% em relação a abril de 2022.

A subida das taxas de juro está a provocar um abrandamento na procura de crédito bancário por parte das famílias, sobretudo para a compra de casa, e os bancos antecipam que o cenário de enfraquecimento prolongue nos próximos meses.

Em termos acumulados, a evolução positiva deveu-se sobretudo ao crédito automóvel e ao crédito concedido através do cartão de crédito e outras facilidades, segmentos em que as novas operações de financiamento aumentaram 6% e 8% neste período, respetivamente.

No caso do crédito para a compra de carro, as famílias pediram quase 900 milhões de euros entre janeiro e abril deste ano. Embora os montantes concedidos através de locação financeira ou ALD tenham registado quedas, o crédito automóvel com reserva de propriedade e outros aumentou tanto nos novos (+20% para 193,4 milhões) como usados (9% para 682,9 milhões) em quatro meses.

Em relação ao cartão de crédito, os empréstimos por esta via ascenderam a quase 430 milhões, segundo os dados do supervisor.

Em sentido contrário, o crédito pessoal, que conta para quase metade do crédito aos consumidores, registou um decréscimo de 3% no primeiro trimestre, totalizando os 1,18 mil milhões de euros, com os outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) a recuar 4% para 1,13 mil milhões.

Já o crédito pessoal com finalidade da educação, saúde, energias renováveis, entre outras finalidades, aumentou 5%, mas para apenas 44,7 milhões nos quatro primeiros meses.

(Notícia atualizada às 12h00)

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