Banco de Portugal revê crescimento em alta para 2,7%, três vezes mais que Zona Euro

É a perspetiva mais otimista entre as instituições e fica três vezes acima da Zona Euro: economia sobe 2,7% este ano, segundo o Banco de Portugal, mais 0,9 pontos percentuais do que previa de março.

A economia portuguesa deverá crescer 2,7% este ano, de acordo com as novas previsões do Banco de Portugal. Trata-se de uma revisão em alta de 0,9 pontos percentuais face ao que previa em março (1,8%), com o PIB a ser impulsionado pelo dinamismo das exportações e do investimento.

É mesmo a perspetiva mais otimista entre as várias instituições internacionais, incluindo OCDE e Comissão Europeia, cujas projeções de 2,5% e 2,4% são as que mais se aproximam das do banco central português para este ano.

Por outro lado, o PIB nacional crescerá três vezes mais do que se espera para a Zona Euro. O Banco Central Europeu (BCE) reviu em baixa a sua previsão para 2023, apontando para uma expansão do bloco da moeda única de apenas 0,9%.

Os anos 2024 e 2025 também têm previsões melhores, com a economia a crescer 2,4% e 2,3%, respetivamente, de acordo com o Boletim Económico de junho, acima dos 2% que eram então previstos para os próximos dois anos.

Em comunicado, o Banco de Portugal sublinha as “alterações estruturantes” levadas a cabo na economia portuguesa nos últimos anos e que ajudam a sustentar a atividade económica num quadro de grande incerteza provocada pela guerra na Ucrânia, a escalada da inflação e do aperto da política monetária.

“O aumento das qualificações da população, a estabilidade financeira – refletida na redução do custo de financiamento e no aumento da poupança das empresas e famílias – e a alteração do tecido empresarial resultam numa economia capaz de acompanhar a procura internacional e de gerar riqueza e procura interna sustentáveis”, refere a entidade liderada por Mário Centeno.

Por outro lado, “o mercado de trabalho mantém-se sólido, em resultado do desempenho económico, mas também para ele contribuindo” e isto enquanto a absorção de fundos europeus pelo setor privado, apesar de ainda continuar limitada, “permitirá sustentar o investimento produtivo e mitigar o impacto da subida das taxas de juro”. A taxa de desemprego estabilizará na casa dos 6,7%.

O Banco de Portugal alerta para “o agravamento das tensões geopolíticas e financeiras globais pode abrandar o crescimento”. Porém, “se o dinamismo do consumo e das exportações de serviços continuar a surpreender em alta, a atividade pode crescer acima do projetado“, admite.

À exceção do consumo público, todas as componentes do PIB foram revistas em alta, nomeadamente as exportações, que continuarão a ser o grande impulsionador, devido ao grande contributo do turismo: as vendas ao exterior deverão aumentar 7,8% este ano (acima dos 4,7% previstos anteriormente) e 4,2% e 4% nos anos seguintes.

Além do motor das exportações, também o investimento – medido pela rubrica da Formação Bruta de Capital Fixo – justifica a melhoria das previsões: aumenta 3,1% em 2023 ainda condicionado pela subida das taxas de juro, mas acelera para mais de 5% em 2024 e 2025 “com a gradual moderação das taxas de juro e a aplicação dos fundos europeus recebidos”.

Em termos de inflação, o Banco de Portugal prevê um desagravamento da subida dos preços, a taxa de inflação chegará à casa dos 2% — a meta do BCE — em 2025.

O primeiro-ministro já reagiu às novas previsões do Banco de Portugal, referindo que a revisão em alta do PIB de 1,8% para 2,7% este ano resulta de uma “mudança estrutural da economia portuguesa”.

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