BRANDS' ECOSEGUROS Os Seguros, o Marketing e a conectividade
“Um produto só é integrado no mercado quando 15% das pessoas o passam a utilizar”, Everett Rogers, “Diffusion of innovations”, 1962.
Ouvi falar pela primeira vez de wearables, API’s e chatbots em 2012/2013. Dez anos depois são uma realidade, mas não para todos os bolsos, sendo que os smartwatches, mais caros ou mais baratos, entraram em força no mass market. Os smart glasses, mais caros e em processo de afinação, ainda estão a fazer o seu caminho. Mas o que é que isso tem a ver com seguros? Tudo!
No mundo dos seguros, a necessidade de equipamento e aplicações que promovam a conectividade foram a extensão natural das exigências da pandemia e, inclusivamente, da própria sobrevivência do negócio. Sim, a pandemia e as suas implicações ao nível da evolução tecnológica e humana vão impactar-nos durante muito tempo. A distância levou a que se apostasse no omnicanal e num marketing mais incisivo (com lançamento de aplicações inovadoras, novas ferramentas da Google, targetização ou a possibilidade de associar anúncios a séries específicas gravadas na box, num determinado local e para consumidores com hábitos de consumo específicos). Vemos, assim, nascer novas formas de conectividade e tecnologia que encurtam e simulam sentimentos de proximidade.
Em paralelo, nasceram também de novos fornecedores online, quer na versão Marketplace (permitindo a gestão de seguros de várias seguradoras numa única plataforma), quer na comercialização direta dos seus produtos, dentro do contexto das InsurTechs. De acordo com o “Insurance Trends to Watch in 2023”, “vamos assistir a uma oferta cada vez maior de soluções SaaS (Software as a service) baseadas em APIs que permitem uma oferta personalizada em grande escala. E, neste cesto, entram muitas outras coisas, como o seguro cyber, direct-to-consumer (ou business-to-consumer), apps que gerem e “controlam” saúde e bem-estar, personalização e consultoria robótica, entre outros.”
A Lemonade Insurance, Oscar ou a WeFox já são potências nos seus mercados e a AWS (Amazon Web Services) acabou de lançar o programa AWS Cyber Insurance. Com a sua máquina de marketing e acesso a dados analíticos, o potencial da Amazon é imensurável. Em paralelo, aumenta a digitalização e a automatização de partes essenciais do negócio, como a gestão de sinistros (por exemplo, na seguradora chinesa ZhongAn Insurance, este processo já está completamente automatizado, bastando enviar uma fotografia do dano que a Inteligência Artificial faz a análise e triagem). Em Portugal assistimos já a algum desenvolvimento, ainda tímido, no campo das InsurTechs, promovido pela AFID e Portugal FinLab. Aguardamos a evolução natural destas empresas.
E é aqui que entra o marketing. Não queremos, enquanto consumidores, ter algo igual ao outro, mas sim desenvolvido à medida das nossas necessidades, da nossa utilização ou, como no caso específico da Innovarisk, oferecendo seguros especializados, adaptados a profissões tão diversas e específicas como diretor, consultor, tatuador, galerista ou freelancer. Desenvolver formatos capazes de chegar a estes clientes com necessidades particulares implica conhecê-los, e conhecê-los bem.
A ironia é que, se por um lado existe o desejo de soluções individualizadas, ao mesmo tempo surgem plataformas que, no fundo, promovem a distância social. Neste contexto, o Marketing pode, enquanto vertente humana e comunicativa, fazer sentir o consumidor como especial e único, muito à semelhança do convívio comunitário. É possível fazer a diferença, comunicando melhor, seja através de que canal for, mostrando com maior facilidade e rapidez o que são os seguros, para que servem e qual o seguro que colmata uma necessidade específica. Pelo menos neste momento, no presente, porque o futuro irá certamente pertencer à Inteligência Artificial. Não queremos acreditar nem queremos ver isso, mas essa realidade está ao virar da esquina, porque dez anos passam num instante.
Como afirmou Bill Gates, “nós sobrevalorizarmos sempre a mudança que irá ocorrer nos próximos dois anos e subvalorizamos sempre a mudança que irá ocorrer nos próximos dez”.
Kathrin Schneider, Diretora de Marketing e Comunicação
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