Bancos portugueses arrancam ano com rentabilidade em máximos

Perda de depósitos praticamente não abalou liquidez do sistema bancário no primeiro trimestre do ano, que foi de elevada rentabilidade devido ao aumento das receitas com juros.

Os bancos nacionais fecharam o primeiro trimestre do ano com a rentabilidade em máximos desde 2010, pelo menos, atingindo um ROE (return on equity) de 13,9% no final de março, mais 5,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

A baixa rentabilidade tem sido um dos calcanhares de Aquiles da banca nacional, depois de uma década em profunda crise, com duas falências pelo meio, do BES e Banif. Mas a inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no último ano está agora a engordar a margem financeira e a impulsionar os lucros das instituições financeiras.

Os banqueiros têm como referência um ROE acima de 10% para que a atividade bancária compense o custo de capital dos acionistas e os bancos se tornem atrativos para continuarem a receber investimentos e assim desenvolverem o seu negócio.

ROE dispara

Fonte: Banco de Portugal e APB

Os dados do Banco de Portugal relativos ao Sistema Bancário Português no primeiro trimestre (link para documento em formato .pdf) revelam que, nos 12 meses até março, os lucros líquidos superaram os cinco mil milhões de euros.

Por outro lado, apesar da fuga de depósitos, o sistema manteve-se com níveis de liquidez robustos, como evidencia o rácio de transformação de depósitos em crédito, que até baixou 0,2 pontos percentuais para 79,9% no final de março. Tem sido um dos fatores mais apontados para a resistência dos bancos em subir os juros dos depósitos. Segundo o supervisor, a perda de poupanças foi “ligeiramente contrabalançada” pela redução de empréstimos.

Ainda em relação à liquidez, apesar da descida de mais de 40 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado, o rácio de cobertura de liquidez manteve-se acima dos 200% no final do primeiro trimestre, o dobro do requisito regulamentar.

Quanto à qualidade dos ativos, o rácio de empréstimos não produtivos (NPL) registou uma queda anual de 0,5 pontos percentuais para 3,1%. Os bancos ainda tinham 9,7 mil milhões de euros em ativos tóxicos.

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