Partidos querem ouvir ministros após nova demissão no Governo

Iniciativa Liberal, PSD, Chega e Bloco de Esquerda já reagiram à demissão desta sexta-feira do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira.

Os partidos políticos já reagiram ao pedido de demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, a 13.ª demissão desde a tomada de posse do Executivo no ano passado. Da esquerda à direita, ouvem-se críticas ao Governo.

Rodrigo Saraiva, deputado da Iniciativa Liberal, que foi o primeiro partido a reagir à demissão em declarações no Parlamento transmitidas pelas televisões, defendeu que este é “mais um caso em que o PS não aprende nem se arrepende” e que era “óbvio” que Marco Capitão Ferreira e João Gomes Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa, não tinham condições para ter entrado neste Governo.

Mas atenção, o problema aqui não é de um capitão, o problema aqui é do general. O problema é de António Costa, que não aprende nem se arrepende. O que isto vem demonstrar é uma das características pelas quais nós apresentamos uma moção de censura ao Governo. Nós dissemos que este Governo é incapaz, incompetente e é instável. E isto é mais um episódio daquilo que é a instabilidade que graça no Governo”, sublinhou o deputado.

Jorge Paulo Oliveira reagiu em representação do PSD e referiu que esta é mais uma saída do Governo envolta em “suspeitas de condutas menos próprias”, expondo um Governo “incapaz” de se focar nos problemas do país e respetivas soluções.

“O senhor primeiro-ministro não consegue desenvencilhar-se dos casos, ‘casinhos’ e ‘casões’, que sistematicamente envolvem o seu Governo. Tem um Governo que se degrada todos os dias e está a cair aos bocados“, disse Jorge Paulo Oliveira, sublinhando que o escrutínio deste caso continuará a ser feito no Parlamento e insistiu que o partido quer ouvir os responsáveis políticos, mesmo com o secretário de Estado a sair de cena.

André Ventura, do Chega, apontou que esta demissão não era “inesperada” e considerou que já deveria ter ocorrido. O deputado frisou que não era de agora que o secretário de Estado da Defesa estava sem “quaisquer condições de governabilidade”.

“Marco Ferreira estava há muito tempo em cima de um muro que só tinha uma queda para um lado. O Governo, mais uma vez, por teimosia e por obsessão em manter o status quo, optou por manter este secretário de Estado em funções“, referiu. Ventura recordou que apresentou um requerimento para ouvir Marco Capitão Ferreira no Parlamento e que vai acrescentar um novo para pedir explicações a Helena Carreiras, a ministra da Defesa.

Entretanto, PSD e Chega já formalizaram o pedido de audição da ministra da Defesa Nacional e do anterior titular do cargo e atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho. No requerimento, citado pela Lusa, os sociais-democratas diz não querer prescindir da audição a Marco Capitão Ferreira, já agendada para o próximo dia 12 de julho, “bem como dos documentos já solicitados para o mesmo efeito”, mas diz estar consciente da nova condição de arguido, “que confere um conjunto de deveres e direitos” a Marco Capitão Ferreira, admitindo que possa estar indisponível para prestar esclarecimentos aos deputados da Comissão de Defesa Nacional.

Já o Chega, argumenta que importa aferir as razões pelas quais Helena Carreiras “manteve a confiança política no referido governante, apesar de todos os indícios que se avolumavam sobre ele” e requer também a audição de João Gomes Cravinho, considerando que “muitos destes casos transitam da anterior gestão ministerial”.

Também o Bloco de Esquerda revelou que quer ouvir Helena Carreiras e, também, João Gomes Cravinho, uma vez que era quem assumia a pasta da Defesa quando aconteceram estes casos polémicos. A deputada Joana Mortágua garantiu que este tipo de suspeita “não pode recair sobre um membro do Governo” e que o Executivo está “demasiado distraído para governar o país”.

“O questionário que o senhor primeiro-ministro impôs aos membros do Governo, dizendo que era a solução, era uma história para adormecer crianças. Esse questionário, obviamente, não resolve o problema de fundo“, disse.

(Notícia atualizada às 18h53 com os requerimentos do PSD e Chega)

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