Portuguesa Importrust enche-se de compradores de carros importados de toda a Europa

Em vez de procurar carros usados apenas em Portugal, empresa de consultoria automóvel vai às garagens europeias encontrar o modelo desejado pelos consumidores. Pretende chegar ao estrangeiro em 2024.

A Importrust procura transformar o mercado de compra de carros usados em Portugal sem ter um único automóvel em exposição… física. Apresentando-se como “empresa de consultoria automóvel”, a startup está focada na importação de carros à venda na Europa e afirma que já poupou um total de quatro milhões de euros a 780 clientes. Quatro anos depois da fundação, a empresa está a preparar-se para dar o salto para o estrangeiro.

“Os negócios tradicionais de venda de carros usados apenas têm acesso à pool de carros que estão em Portugal. A Importrust opera num mercado europeu, 80 vezes maior, com uma ampla gama de opções de compra e configurações personalizadas, pelo que conseguimos contornar os concessionários automóveis que têm stocks limitados, longas esperas para entrega das viaturas e não conseguem dar resposta a pedidos personalizados“, explica ao ECO António Eça, um dos fundadores da empresa, em conjunto com Pedro Líbano Monteiro e Afonso Pinheiro.

A empresa compromete-se em entregar carros “seminovos” em 30 dias, “face à média de seis a 12 meses” dos concessionários tradicionais. A Importrust também diz estar a “profissionalizar o setor de importação automóvel”, conhecido por ser “pouco sofisticado”. “Entregamos os carros com o processo de legalização completo, manutenção feita e 100% chave na mão, muitas vezes sem nunca ter estado presencialmente com o cliente, pelo cariz digital do processo.”

António Eça é um dos fundadores da Importrust.

Por importar os carros usados da União Europeia, pagam-se menos impostos: no ISV (imposto sobre veículos), há descontos de pelo menos 10% sobre a componente da cilindrada e das emissões e dióxido de carbono, o que depois baixa o valor do IVA a pagar. O carro também fica mais barato porque a oferta no mercado europeu é superior à local. Para isso, os automóveis importados têm de ter mais de 6.000 quilómetros e mais de seis meses de matrícula: “se um destes critérios não for satisfeito, o carro é considerado novo e taxado a 23% de IVA, em cima do valor final de chave na mão que apresentamos ao cliente”.

“Não faz sentido estar a comprar um carro em Portugal quando, noutro país, consegue o mesmo modelo a um preço muito mais reduzido e de forma muito mais rápida do que se for num stand, mesmo que da marca”, assinala António Eça. Em 2022, o rácio do mercado de carros usados sobre os automóveis novos ligeiros de passageiros ascendeu aos 67,1%; ou seja, por cada três automóveis novos comprados, os portugueses foram lá fora buscar dois veículos em segunda mão.

Outra particularidade deste negócio é que o condutor não tem de ir ao estrangeiro buscar o carro. A empresa garante que envia todos os veículos através de camião, poupando milhares de quilómetros na conta da manutenção. São importados carros a gasolina, gasóleo, híbridos, elétricos e GPL.

Sem acionistas externos, a Importrust mantém-se com os sócios fundadores e tem uma equipa de 12 pessoas. Para 2024, ambiciona entrar no mercado internacional. Antes disso, pretende lançar o primeiro fundo de investimento automóvel, “permitindo o financiamento de projetos relacionados com a importação e venda de veículos”.

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