Sete séries e cinco filmes têm financiamento do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema
A primeira fase de candidatura, em maio, teve uma procura que excedeu o orçamento disponível. A lista inclui 12 projetos, que somam um total de 7,6 milhões de euros.
Sete projetos de séries televisivas e cinco filmes vão receber financiamento este ano do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (FATC), cuja primeira fase de candidatura, em maio, teve uma procura que excedeu o orçamento disponível.
O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) divulgou esta sexta-feira a lista dos 12 projetos abrangidos pela primeira fase de candidatura, que somam um total de 7,6 milhões de euros, deixando de fora 38 outras candidaturas. Os projetos com maior financiamento são a quarta temporada da produção alemã “Charité”, de Dorothee Schon, com coprodução portuguesa pela Cinemate e com 1,5 milhões de euros, e “Paradox”, título técnico da série “The Acolyte”, do universo “Guerra das Estrelas”, com 1,8 milhões de euros de financiamento e que teve rodagem na ilha da Madeira.
Segundo o ICA, estas duas séries recebam apoio do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema porque demonstram “um maior impacto na projeção internacional do destino Portugal”. Entre os projetos abrangidos pelo fundo estão ainda, entre outros, a série “Casa Abrigo”, de Mário Laranjeira, pela Fado Filmes, inspirada em histórias reais de violência doméstica, e os filmes “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco, pela produtora Promenade, e “Cândido”, de Jorge Paixão da Costa, pela Ukbar Filmes.
De fora desta fase ficaram, por exemplo, a série “O Americano”, que o realizador Ivo M. Ferreira está atualmente a rodar, com produção de Ana Pinhão Moura, o filme “Por do Sol – O mistério do colar de São Cajó”, de Manuel Pureza, que tem estreia nos cinemas a 3 de agosto, e a série “Cold Haven”, com realização de Sérgio Graciano, numa parceria da SPi com a Islândia.
Segundo os regulamentos, os apoios do FATC “são atribuídos por ordem de entrada dos pedidos de admissão ao benefício do incentivo” e quando é atingido metade do orçamento estipulado, os restantes projetos considerados elegíveis são financiados, caso “demonstrem um maior impacto na projeção internacional do destino Portugal”.
Este ano, o Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema tem uma dotação de 14 milhões de euros, mais dois milhões do que em 2022, como resposta à elevada procura deste mecanismo de financiamento do setor. A primeira fase de candidatura abriu a 5 de maio, com cerca de oito milhões de euros, tendo esgotado o montante disponível em escassos minutos.
Segundo o ICA, os 50 pedidos àquele benefício que deram entrada na primeira fase, correspondiam a um montante solicitado de 20,1 milhões de euros. No final de maio, fonte do ICA indicava à Lusa que a segunda fase de candidaturas aos incentivos só deverá abrir no “último trimestre do ano”.
Segundo um estudo encomendado pelo Governo sobre o FATC, divulgado em março passado, o sistema de ‘cash rebate’ – criado em 2018 – apoiou 168 projetos de cinema e audiovisual, com um investimento total de 238,1 milhões de euros, dos quais 128,7 milhões de euros foram de investimento estrangeiro. O total do montante de incentivo foi de 64,3 milhões de euros, refere o estudo.
No final de maio, numa audição parlamentar, o presidente do ICA, Luís Chaby Vaz, disse que os incentivos do FATC precisam de ajustes: “Não chega aumentar o cheque, há outros mecanismos que podem ser estudados, de natureza fiscal e parafiscal”. Esta semana, em entrevista à RTP, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que o Governo vai preparar “um modelo que seja mais eficaz e eficiente” para responder a “um grande interesse em filmar em Portugal”.
“O que fica demonstrado é que precisamos de alterar o sistema: permitir que continue a existir o sistema de ‘cash rebate’, que acomode as produções mais pequenas, os portugueses, mas que permita também atrair grandes produções internacionais”, disse.
Entre as produções contempladas em 2022 pelo fundo estiveram os filmes “Velocidade Furiosa 10”, de Louis Leterrier, “Heart of Stone”, de Tom Harper, “Nação Valente”, de Carlos Conceição, “Mal Viver”, de João Canijo, e as séries “Codex 632”, “Pôr do Sol” e “Rabo de Peixe”, entre outras.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Sete séries e cinco filmes têm financiamento do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema
{{ noCommentsLabel }}