Crédito ao consumo atinge recorde de 3,2 mil milhões

Famílias pediram 677 milhões de euros em empréstimos para o consumo em maio, mais 23% em relação a abril. Cinco primeiros meses registam valor recorde em dez anos.

O crédito aos consumidores continua a aumentar este ano, apesar da subida das taxas de juro. Os bancos e financeiras emprestaram quase 3,2 mil milhões de euros com a finalidade de consumo nos cinco primeiros meses do ano, o que representa o valor mais elevado desde, pelo menos, 2013, quando o Banco de Portugal começou a publicar os dados.

Trata-se de um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que ainda se verificavam alguns constrangimentos por causa da pandemia e quando os agentes económicos se ajustavam à realidade da guerra na Ucrânia.

Há dez anos, o volume total de crédito aos consumidores nos primeiros cinco meses do ano não chegava sequer a 1,5 mil milhões de euros.

Crédito ao consumo sobe

Fonte: Banco de Portugal.

O que explica este aumento? O crédito para a aquisição de automóvel e o crédito concedido através do cartão de crédito e outras facilidades, segmentos que registam crescimentos homólogos de 7% em termos acumulados, segundo os dados revelados esta segunda-feira pelo supervisor.

No caso do novo crédito para a compra de carro, as famílias pediram quase 1,16 milhões de euros entre janeiro e maio deste ano. Embora os montantes concedidos através de locação financeira ou ALD tenham registado quedas, o crédito automóvel com reserva de propriedade e outros aumentou tanto nos novos (+18% para 248,3 milhões) como usados (9% para 888,2 milhões) em cinco meses.

Quanto ao cartão de crédito, os empréstimos por esta via ascenderam a quase 550 milhões entre janeiro e maio.

Em sentido contrário, o crédito pessoal, que conta para quase metade do crédito aos consumidores, registou um decréscimo de 5% para 1,47 mil milhões de euros no mesmo período, com os outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) a recuarem 6% para 1,42 mil milhões.

Já o crédito pessoal com finalidade da educação, saúde, energias renováveis, entre outras finalidades, aumentou 4%, mas para apenas 57 milhões nos cinco primeiros meses do ano.

A subida das taxas de juro está a provocar um abrandamento na procura de crédito bancário por parte das famílias, sobretudo para a compra de casa, e os bancos antecipam que o cenário de enfraquecimento se prolongue nos próximos meses.

No que diz respeito ao crédito ao consumo, as taxas estão em máximos de vários anos, acompanhando o aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE). A taxa de juro do crédito automóvel para a compra de carro novo está em valores máximos desde o primeiro trimestre de 2017.

Em relação ao mês de maio, trouxe um disparo do financiamento aos consumidores: 677 milhões de euros, mais 23% em comparação com abril. Os dados mensais confirmam a tendência de aumento do crédito automóvel (+24%) e cartões de crédito (+20%).

(Notícia atualizada às 11h46)

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