Chineses colocam à venda duas das fábricas da Cifial na Feira e em Santa Comba Dão

Após ter comprado há quatro anos a Cifial à ECS Capital, o grupo Kinlong decidiu relocalizar todas as operações da centenária fabricante de torneiras e cerâmica num único polo industrial.

A chinesa Kinlong Hardware Products vai relocalizar todas as operações da Cifial num único polo industrial, onde está a investir em novos equipamentos, na eficiência de processos e em novos produtos, “sem esquecer a redução da sua pegada carbónica, tendo iniciado a 21 de março, a produção de energia solar através de 1.221 painéis solares”.

A informação é avançada esta terça-feira pelas consultoras imobiliárias Cushman & Wakefield e Savills, que foram mandatados pelo grupo para vender os outros dois polos da centenária fabricante de torneiras e cerâmica, em Santa Maria da Feira e em Santa Comba Dão, no distrito de Viseu.

“A Cushman & Wakefield, consultora líder global em serviços imobiliários, e a Savills, um dos principais líderes mundiais em consultoria imobiliária, estão, em regime de coexclusividade, responsáveis pela venda de duas fábricas da Cifial, situadas em Santa Maria da Feira e em Viseu”, indicam as consultoras.

A histórica Cifial, sediada em Rio Meão (Santa Maria da Feira), foi comprada em 2012 pelo fundo de recuperação da ECS Capital a Ludgero Marques, ex-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP). Depois de um processo de reestruturação, a empresa acabou por ser vendida ao grupo chinês Kinlong no último trimestre de 2019.

As consultoras imobiliárias elencam como mais-valias destas fábricas a localização com “excelentes acessibilidades aos principais eixos viários, nomeadamente à A1 e A35,”, e a proximidade aos centros de cidades como o Porto, Aveiro ou Viseu. Assim como ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, aos portos de mar de Leixões e Aveiro, “munidos de rede de transportes públicos e de zonas comerciais, proporcionando grande facilidade na logística internacional de produtos”.

As localizações onde estes ativos estão inseridos, têm um heritage industrial que oferece aos futuros ocupantes um acesso a mão-de-obra dotada de um elevado know-how e qualificação.

Pedro Figueiras

Head of I&L da Savills Portugal

Entre as vantagens destes polos industriais está também a integração em “contexto empresarial consolidado, com ligações às principais universidades do país”, acrescentam.

“Ambos os polos, em comercialização, permitirão às empresas, que têm o nosso país no radar, implementar uma unidade produtiva num muito curto espaço de tempo. Por outro lado, as localizações onde estes ativos estão inseridos, têm um heritage industrial que oferece aos futuros ocupantes um acesso a mão-de-obra dotada de um elevado know-how e qualificação“, frisa Pedro Figueiras, Head of I&L da Savills Portugal.

Para o mesmo responsável, este é o momento ideal para a entrada deste ativo no mercado imobiliário, tendo em conta que “a tendência de nearshoring é clara e Portugal se afirma como um destino atrativo para indústria”.

Cifial, fabricante de torneiras e cerâmica

Também Sérgio Nunes, Head of Industrial & Logística da Cushman & Wakefield, partilha da mesma opinião: “com base na nossa vasta experiência de mercado e considerando o aumento da procura por unidades industriais e logísticas no nosso país, acreditamos que este é o momento ideal para abraçar este projeto”.

Segundo as consultoras imobiliárias, “o polo do Bodo, em Santa Maria da Feira, e o polo de Santa Comba Dão, em Viseu, vão oferecer cerca de 24.403 metros quadrados (m2) e 17.373 m2 de área destinada a armazéns industriais”. Nestes edifícios, para indústria e armazenagem, foram produzidas e armazenadas torneiras e louças sanitárias da Cifial, fundada em 1904.

A fábrica Cifial “acumula mais de um século de conhecimento e experiência industrial, no qual sempre procurou investir permanente em engenharia de produto e de processos, aliando a utilização do design e funcionalidade das suas soluções, enquanto ferramentas estratégicas, confirmada pelo reconhecimento galardoado com vários prémios internacionais”, concluem as consultoras.

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