FMI alerta que surpresas negativas na inflação podem provocar quedas nas bolsas

Fundo diz que bancos centrais devem continuar firmes na luta contra a inflação e que surpresas negativas poderão "causar uma reavaliação repentina e acentuada dos ativos financeiros”.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) traça um cenário mais benigno nos mercados financeiros do que há três meses. As ações subiram, com destaque para a recuperação do setor tecnológico, apoiadas no processo desinflacionário que se começou a assistir em muitas economias. Porém, os bancos centrais devem manter-se focados em restaurar a estabilidade dos preços. Caso contrário, surpresas negativas na inflação poderão causar provocar quedas acentuadas nas bolsas.

“Os mercados financeiros parecem otimistas e as condições, na sua maioria, continuaram a melhorar”, nota o fundo liderado por Kristalina Georgieva esta terça-feira.

Para essa melhoria contribuiu o facto de os bancos centrais estarem a aliviar o ritmo do aperto monetário, tendo em conta a evolução favorável da inflação, acrescenta a instituição. Mas não é altura de baixarem os braços, até porque, no atual cenário em que as condições financeiras aliviaram, “surpresas de alta na inflação podem causar uma reavaliação repentina e acentuada dos ativos financeiros”, avisa.

Vários bancos centrais abrandaram o ritmo de subida das taxas de juro nos últimos meses, incluindo a Reserva Federal americana e Banco Central Europeu (BCE), que esta semana deverão voltar a encarecer o preço do dinheiro. A inflação na Zona Euro caiu para 5,5% em junho, o valor mais baixo desde janeiro do ano passado.

Apesar de pedir às autoridades monetárias que continuem a ter mão firme na luta contra a inflação, o FMI apela a que reforcem a monitorização dos riscos. Nomeadamente os efeitos negativos que a subida das taxas de juro está a ter na economia. “O aperto da política dos bancos centrais em resposta à inflação elevou o custo dos empréstimos, restringindo a atividade económica. As preocupações imediatas sobre a saúde do setor bancário diminuíram, mas as altas taxas de juro estão a infiltrar-se no sistema financeiro, e os bancos nas economias avançadas apertaram significativamente os padrões de empréstimo, reduzindo a oferta de crédito”, considera a organização internacional.

Além disso, muitos países estão a assistir a uma queda dos preços das casas e dos imóveis comerciais, o que poderá ser uma fonte de pressão adicional para as famílias e empresas mais endividadas.

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