BCE e Certificados de Aforro forçam IGCP a rever planos de financiamento
As necessidades de financiamento totais (23,8 mil milhões de euros) são quase idênticas ao que se previa no início do ano, mas o peso de cada fonte de financiamento será diferente.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) refez os planos de financiamento para este ano. De acordo com o documento de apresentação aos investidores internacionais, com as previsões mais atualizadas de financiamento para este ano, avançado esta segunda-feira pelo Público (acesso condicionado), o objetivo é emitir menos 5.600 milhões de euros em Obrigações do Tesouro face ao inicialmente previsto. A mudança deve-se, por um lado, à escalada das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) – que atirou o custo de financiamento para o nível mais elevado desde a chegada da troika ao país – e, por outro, à corrida aos Certificados de Aforro.
As necessidades de financiamento totais (23,8 mil milhões de euros) são quase idênticas ao que se previa no início do ano (23,9 mil milhões de euros), mas o peso de cada fonte de financiamento será diferente. A emissão de Obrigações do Tesouro nos mercados financeiros internacionais desce de 19,8 mil milhões de euros para 6,5 mil milhões até ao final do ano, depois de terem sido emitidos 7,7 mil milhões. Já as emissões de Bilhetes do Tesouro (dívida de curto prazo) as emissões previstas eram de 4,3 mil milhões e agora serão emitidos mais 2,2 mil milhões, sendo que o movimento tem sido de amortização.
Esta opção de não ir tanto ao mercado é possível graças à enorme procura de Certificados de Aforro. Se no início do ano se antecipava captar 3,5 mil milhões de euros através deste instrumento de poupança, em agosto a previsão foi revista em alta para 12 mil milhões. Presentemente, já foram captados 10,2 mil milhões em Certificados, porque os bancos não fazem refletir nas taxas dos depósitos as subidas das Euribor e os portugueses optam por colocar as suas poupanças nestes instrumentos.
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