Preços da energia fazem Comissão Europeia rever em alta inflação para 2024

Os preços do petróleo deverão contribuir para a inflação no próximo ano. Ainda assim, a previsão é que a taxa continue a abrandar em 2024, atingindo 2,9% na Zona Euro.

A inflação vai continuar a desacelerar nos próximos meses, mas será mais elevada que o esperado no próximo ano, segundo as previsões da Comissão Europeia divulgadas esta segunda-feira. O Executivo comunitário reviu em alta a estimativa da inflação para 2024, para 3,2% na União Europeia e 2,9% na Zona Euro, o que se deve principalmente à energia. Os preços do petróleo vão voltar a pressionar no próximo ano, bem como o final de algumas medidas aplicadas este ano para mitigar a subida dos preços.

Para este ano, as perspetivas são mais otimistas. A Comissão avançou com uma revisão em baixa das previsões para a inflação, estimando que o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC), indicador utilizado para as comparações europeias, vai atingir 6,5% em 2023 (a previsão era de 6,7% na primavera) na UE e 5,6% na Zona Euro (face a 5,8%).

“A inflação global deverá continuar a diminuir ao longo do horizonte de previsão, refletindo a redução gradual das pressões subjacentes sobre os preços, agravadas em 2023 pela queda dos preços da energia”, aponta a Comissão no relatório, sendo que “a moderação da inflação deverá ser sustentada pela redução das margens de lucro empresariais, proporcionando um amortecedor para o forte crescimento dos custos do trabalho”.

Mas enquanto em 2023 os preços da energia ajudaram a reduzir a inflação, depois do disparo em 2022 devido à invasão russa da Ucrânia, no próximo ano já deverão voltar a pesar no indicador. A contribuição dos preços da energia deve tornar-se “positiva em 2024”, ou seja contribuir para o aumento de preços, explica a Comissão.

Os futuros do petróleo estão mais altos que o previsto, sendo que os efeitos de contágio dos preços dos combustíveis mais elevados deverão “dominar as dinâmicas dos preços de retalho da energia”, notam. Além disso, a expiração das medidas de políticas para mitigar os preços, que a maioria dos Governos europeus aplicou este ano, deve “acrescentar-se à inflação do gás e eletricidade”, salientam.

Já as “restantes componentes não energéticas do cabaz de consumo continuarão a contribuir para o abrandamento da inflação ao longo do horizonte das previsões, também refletindo preços de input mais baixos e a normalização das cadeias de fornecimento”.

Tendo em conta os vários componentes, o IHPC deverá ser de 3,2% na União Europeia e 2,9% na Zona Euro no próximo ano, ainda ligeiramente acima da meta do Banco Central Europeu de 2% a médio prazo.

Neste relatório, é dado ainda o alerta para os riscos para estas previsões, nomeadamente devido à incerteza, sendo que “a evolução da inflação poderá surpreender tanto no lado negativo como no lado positivo”. Por um lado, com a procura interna a enfraquecer, “a inflação poderá revelar-se menos persistente do que o projetado”. Por outro, “as pressões sobre os preços poderão revelar-se mais persistentes, por exemplo se os salários acelerarem mais do que o previsto, e sem o esperado ajuste nas margens de lucro”, notam.

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