Travagem na economia terá impacto moderado no desemprego, prevê Bruxelas. Salários sobem

A Comissão Europeia espera crescimento dos salários nominais, mas sem compensar totalmente as perdas anteriores no poder de compra provocadas pela subida da inflação.

A Comissão Europeia espera uma reação moderada do mercado de trabalho ao abrandamento previsto para a economia. Bruxelas afasta um aumento significativo do desemprego e espera uma aceleração no crescimento dos salários nominais.

O executivo comunitário reviu esta segunda-feira em baixa as previsões para a evolução do PIB. As previsões macroeconómicas intercalares de verão apontam para um crescimento de apenas 0,8% em 2023 e de 1,4% em 2024 para o conjunto da União Europeia. Para o bloco da moeda única a projeção é de 0,8% este ano e de 1,3% no próximo.

Apesar desta travagem, Bruxelas considera que “a reação dos mercados de trabalho ao abrandamento observado e esperado do crescimento económico deverá ser moderada”. O relatório aponta que a “contínua escassez de mão-de-obra, apesar dos sinais de arrefecimento, e a retenção devido à escassez de competências, deverão limitar a resposta desfasada do mercado de trabalho ao abrandamento económico”.

A Comissão Europeia acrescenta que “não se espera um aumento significativo do desemprego. Ainda assim, espera-se que o crescimento do emprego diminua, enquanto o crescimento dos salários nominais acelerará ainda mais, mas sem compensar totalmente as perdas anteriores registadas nos rendimentos reais”.

A taxa de desemprego manteve-se inalterada em julho, nos 5,9% no conjunto da UE e nos 6,4% na Zona Euro. São os valores mais baixos desde o início das respetivas séries estatísticas (2000 na UE e 1998 na Zona Euro). Os indicadores avançados apontam para um arrefecimento moderado do mercado de trabalho.

O crescimento dos salários nominais mantém-se, embora sem acompanhar a inflação. No primeiro trimestre, o vencimento por trabalhador na UE era 5,7% mais alto do que em março do ano anterior. No bloco da moeda única o crescimento foi de 5,5%. “Dada a inflação elevada registada no período, estas taxas de crescimento nominal resultaram em perdas de poder de compra, ainda que a um taxa anual menor com a inflação anual a desacelerar”, assinala o relatório.

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