Intermediação de crédito já vale seis vezes mais que os restaurantes no franchising

Negócio da intermediação de crédito e seguros já vale 6.000 milhões de euros, a larga distância dos supermercados e da restauração. Veja o ranking das marcas e os setores mais valiosos no franchising.

A perda de rendimentos durante a pandemia de Covid-19, a redução do poder de compra por via da escalada da inflação e a subida em flecha das taxas de juro estão a engrossar o negócio da intermediação de crédito e seguros em Portugal. Com um volume de faturação próximo dos 6.000 milhões de euros e várias cadeias a multiplicarem o número de lojas, como a MaxFinance ou a DS (grupo Decisões e Soluções), é o setor de atividade mais valioso no franchising em Portugal. A larga distância da distribuição alimentar (3.700 milhões) e da restauração e fast food, que fecha o pódio, mas vale seis vezes menos que o líder.

De acordo com os dados finais relativos ao final do ano passado, que acabam de ser apurados e compilados pela Associação Portuguesa de Franchising (APF), apesar de os supermercados também terem reforçado o número de lojas e de vendas nos últimos três anos – as principais retalhistas estão a apostar neste modelo para a expansão da rede, através de insígnias como a Meu Super (Sonae), MyAuchan, Spar ou o recentemente comprado Minipreço –, “o maior destaque face a 2019 é na intermediação de crédito e seguros, talvez pelo facto de termos vivido uma pandemia e termos uma economia que se fragilizou”, indica Cristina Matos. A faturação da rede nesta categoria ascendeu a 370 milhões de euros no ano passado.

A categoria que ganhou um destaque significativo, em número de unidades e em volume de negócios, é a intermediação de crédito. Não só as marcas se adaptaram a estas novas circunstâncias e cresceram, como o próprio mercado tem um índice de procura elevadíssimo neste momento.

Cristina Matos

Diretora-geral da Associação Portuguesa de Franchising

“A categoria que ganhou um destaque significativo, em número de unidades e em volume de negócios, é mesmo a intermediação de crédito. Não só as marcas se adaptaram a estas novas circunstâncias e cresceram, como o próprio mercado tem um índice de procura elevadíssimo neste momento. Há novas marcas e outras que já existiam e se reinventaram porque entenderam que o mercado tinha muito mais para oferecer. Este setor está em contraciclo total com tudo o resto porque as pessoas precisam: estão a recorrer ao crédito, a tentar rever as suas contas e finanças, a renegociar contratos”, contextualiza a diretora-geral da APF.

Entre 2019 e 2022, o volume de negócios do franchising em Portugal subiu mais de 40%, de 12.000 milhões para 17.000 milhões de euros, refletindo-se igualmente num salto em função do PIB nacional, com o peso a evoluir de 5,78% para 7,23%, segundo a associação de setor, salientando que estes “são números que demonstram que o setor não está adormecido e que está dinâmico”. O número de marcas que trabalham neste formato teve igualmente um “crescimento substancial” de 601 para 730 neste período.

Na liderança do ranking das marcas associadas com maior volume de vendas, acima dos 1.000 milhões de euros, surge a MaxFinance, empresa de intermediação de crédito que na primeira metade deste ano abriu 42 novas lojas nos distritos de Braga, Porto, Aveiro, Santarém, Lisboa e Setúbal. Com este alargamento da rede (+60% em termos homólogos), passou a somar 350 franchisados e 900 profissionais no país, calcula a MaxFinance Portugal, que é liderada por Beatriz Rubio e controla também marcas como a Remax, MDS Finance, Max Renting, Melom ou LeaseCapital.

franchising, marcas

Por outro lado, o emprego foi o indicador em que o franchising teve um comportamento mais modesto ao longo dos últimos três anos, passando a representar 3,6% do total a nível nacional, o que compara com a percentagem de 3,34% em 2019. No final do ano passado, as empresas deste universo asseguravam quase 177 mil postos de trabalho em Portugal. Cristina Matos justifica ao ECO que “notou-se o fenómeno da falta de mão-de-obra”, o que obrigou as empresas a “apostar mais na tecnologia para substituir os funcionários que não estavam disponíveis” no mercado português.

O setor do franchising, que entrou oficialmente em Portugal no final da década de 1980 e depois explodiu nos anos 1990, volta a juntar-se na próxima semana no Norte Franchise, agendado para dia 28 de setembro no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos. Apresentado pela organizadora APF como “o maior evento de franchising” nesta região do país e um “espaço que privilegia o networking e a interação com as marcas” estão inscritos cerca de 500 participantes.

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