Aicep fecha três delegações para abrir em Telavive, Riade e Singapura

Aicep fecha delegações de Havana e Teerão porque “não são potenciais emissoras de investimento" e em Cantão por "ser sobretudo um grande hub de exportações chinesas", explica Filipe Santos Costa.

É troca por troca. A Aicep decidiu encerrar as delegações que tem em Havana, Teerão e Cantão, para abrir outras três em Telavive, Riade e Singapura, anunciou Filipe Santos Costa na apresentação do plano estratégico para 2023-2025. A lógica é “focar a rede externa nos principais mercados emissores de investimento e nos mercados terceiros com maior potencial para o crescimento das exportações que têm mais capacidade de investimento”, explicou.

A reorganização da rede externa já estava prometida desde a tomada de posse de Filipe Santos Costa, que tinha como incumbência preparar a agência para os desafios do próximo triénio. Uma preparação que passava pela redefinição da rede externa, lançar um novo ciclo de atração de investimento produtivo e capacitar mais empresas para que possam apostar na internacionalização.

Na apresentação dos objetivos para o novo mandato da Aicep, em junho, o novo presidente explicou que nos mercados que por razões políticas se fecharam aos fluxos de investimento e ao comércio internacional, seria preciso “pelo menos suspender a presença de Portugal, para não gastar recursos do erário público sem consequência”. Já o reforço de presença seria feito nos “mercados prioritários”, onde vê maior potencial para angariar investimentos produtivos. “Estamos a pensar sobretudo no conjunto dos países da ASEAN, ou seja no Sudeste Asiático e em alguns países do Médio Oriente”, precisou na altura.

E assim foi. A escolha recaiu sobre Havana e Teerão porque “não são potenciais emissoras de investimento” e sobre Cantão por “ser sobretudo um grande hub de exportações chinesas”, contextualizou Filipe Santos Costa. “Mas a ideia é focar a rede externa da Aicep onde seja possível captar investimento intensivo em capital e tecnologia”, acrescentou. Uma intensidade que o responsável acredita que acabará por se traduzir, a prazo, numa valorização dos salários.

A nova presença em Riade e Singapura justifica-se por serem porta de acesso das exportações nacionais para o mercado do Médio Oriente da ASEAN, respetivamente. Mas também porque Riade pode ser uma praça onde Portugal poderá atrair “o investimento já em volume em capital, se calhar investimento mais financeiro”; e Singapura porque é “cada vez mais hub e até com efeito dínamo sobre as praças do Extremo Oriente. “Tem atraído muita atividade de Hong Kong e de Taiwan numa lógica de diversificação de risco”, sublinhou.

Para o presidente da Aicep, “já se começa a sentir a diferença entre os postos que querem encerrar e abrir” quando se tem em conta as missões institucionais que Portugal vai receber.

Está prevista em outubro uma visita da Arábia Saudita. Inclui o ministro da Economia, acompanhado por uma delegação de cerca de 60 empresas. E está prevista para novembro uma visita do Presidente do Estado de Israel também acompanhado por uma missão empresarial”, detalha o responsável, recordando que a agência tem uma direção de relações externas e institucionais, estando inserida no Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa tutela conjunta com a Economia e as Finanças. “Estas missões institucionais têm uma grande componente económica e essa é a área de atuação da Aicep”, conclui.

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