Fitch sobe rating de Portugal. É a segunda agência a dar nota ‘A’ ao país

O rating do país tem agora a classificação de 'A-' pela Fitch. É a segunda agência a rever em alta a notação da dívida portuguesa este ano, depois da DBRS. Medina assina melhor avaliação em 12 anos.

Quase um ano depois, a Fitch volta a subir o rating de Portugal, de ‘BBB+’ para ‘A-‘. A agência de notação financeira norte-americana manteve a perspetiva da dívida soberana portuguesa em “estável”. O ministro das Finanças nota, citado em comunicado enviado entretanto às redações, que “Portugal consegue a melhor avaliação de risco da sua dívida pública em 12 anos”.

A agência norte-americana justifica a decisão com o “elevado grau de compromisso” de Portugal em reduzir a dívida pública, prevendo que “permaneça numa tendência descendente acentuada”. Neste contexto, estima que a dívida pública caia para 104,3% do PIB este ano, face aos 112,4% do PIB no final de 2022, e que atinja os 96,5% do PIB em 2025. “A estimativa de queda de mais de 38 pontos percentuais em relação ao máximo alcançado com a pandemia, em 2020, é a maior descida que prevemos para os países classificados na categoria ‘A'”, realça.

Depois do défice de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, a Fitch antecipa agora que a economia portuguesa termine 2023 com “um excedente de 0,5% do PIB”, o que representa “uma revisão substancial” face à projeção de abril, que apontava para um défice de 1,2% do PIB. A agência justifica esta nova revisão com o fim das medidas de apoio relacionadas com a pandemia e as medidas relacionadas com a subida de preços da energia para conter a inflação estarem a ser compensadas com a redução do IVA.

Além disso, antecipa um excedente de 0,4% do PIB no próximo ano e de 0,3% do PIB em 2025, à medida que a desaceleração económica “conduz o crescimento do PIB para a taxa de crescimento potencial e o crescimento das despesas é contido”. Neste âmbito, prevê um crescimento de 2,1% para este ano, também uma revisão em alta face à anterior projeção (apontava para 1,3%). Para o ano, prevê que a economia portuguesa abrande para 1,8%.

A agência espera ainda o regresso do país ao excedente da balança corrente na ordem dos 0,8% do PIB, devido a preços mais baixos das importações e “forte dinâmica das exportações”, em particular na área dos serviços.

Quanto à inflação, a agência de notação norte-americana antecipa que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que é utilizado para a comparação europeia, “se situe, em média, em 5,3% este ano, desacelerando para 3,1% em 2024 e 2,2% em 2025″.

As perspetivas para a banca também merecem uma nota positiva. A Fitch considera o setor bancário em Portugal “resiliente” e assinala que as taxas de juro mais elevadas não resultaram numa pressão sobre a qualidade dos ativos – a taxa de malparado foi de 3,1% no segundo trimestre. Ao mesmo tempo, as medidas como o Mais Habitação e os apoios ao crédito à casa “podem aliviar o stress do serviço da dívida das famílias”, indica a agência.

As Finanças, em comunicado, lembram que o rating de nível ‘A’ se traduz no acesso de Portugal “a um maior número de investidores internacionais” e, assim, antecipam “um custo mais baixo para o financiamento da República e, logo, menores custos para os contribuintes”.

A Fitch e a DBRS são agora as duas agências que promoveram a notação da dívida soberana ao patamar ‘A’, o que não sucedia há 12 anos. “A recuperação de uma posição entre as economias com menor risco da dívida pública traduz-se em juros mais baixos para as famílias e as empresas portuguesas”, indica Fernando Medina, citado na nota do Ministério das Finanças.

Esta decisão surge depois de, em julho, a DBRS ter melhorado a notação da dívida soberana portuguesa para ‘A’, com perspetiva “estável”. Por sua vez, no início deste mês, a Standard and Poor’s melhorou a perspetiva para a dívida soberana de “estável” para “positiva”, o passo anterior a uma revisão em alta da notação do país. A próxima agência a pronunciar-se sobre a dívida soberana do país é a Moody’s, a 17 de novembro.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h39)

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