Fitch sobe rating de Portugal. É a terceira agência a melhorar notação da dívida soberana este ano

A Fitch subiu o rating da dívida portuguesa para BBB+. É a terceira agência de notação financeira a rever em alta a notação da dívida portuguesa este ano, depois da DBRS e da Standard & Poor’s.

A agência de notação financeira Fitch reviu em alta o rating da dívida portuguesa, passando-o de BBB para BBB+. É a primeira vez desde dezembro de 2017 que tal acontece. A perspetiva é “estável”.

Em comunicado, a agência norte-americana enaltece o “forte compromisso” de Portugal em manter “uma política orçamental prudente“, apesar dos “choques externos significativos”. Nesse sentido, a Fitch prevê que Portugal registe um défice de 1,9% do PIB, tal como projetado pelo Governo. “Os números orçamentais mensais apontam para um melhoria no desempenho, mas a nossa projeção aponta para uma deterioração no segundo semestre”, alerta. Não obstante, afiança que Portugal terá “um dos défices mais baixos da Zona Euro”.

Por outro lado, a agência de notação financeira destaca a “queda sustentada da dívida pública” portuguesa, prevendo que “o rácio da dívida de Portugal diminua 10,5 pontos percentuais este ano para 115,0% do PIB, com uma nova queda para 108,3% em 2024″.

Já no que toca ao crescimento, a Fitch estima que o PIB português cresça 6,4% este ano, “impulsionado pela recuperação robusta do setor do turismo”. Recorde-se que o Governo antecipa um crescimento de 6,5% este ano. Neste âmbito, a Fitch realça a queda do desemprego conjugado com o aumento das pessoas empregadas, mas sublinha que “a crise energética europeia, a inflação elevada e uma política monetária mais apertada”, deverá provocar “uma desaceleração económica, bem como um “declínio no poder de compra das famílias e uma atividade moderada no investimento do setor privado”. Para 2023, a previsão é de 1% e para 2024 de 2,2%.

Ao mesmo tempo, a Fitch desvaloriza o risco de inflação alta sobre as contas públicas, sublinhando que existe uma “flexibilidade orçamental que não compromete a trajetória descendente da dívida”. Neste âmbito, a agência estima que a taxa de inflação seja de 7,8% este ano (mais pessimista que o Governo que aponta para 7,4%) e de 4,6% em 2023.

Em relação à banca, a agência norte-americana identifica um risco “moderado” para quem tem créditos, uma vez que 90% das hipotecas estão indexadas a taxas variáveis. “O risco de um aumento repentino e significativo das taxas de juros pode afetar a capacidade de serviço da dívida das famílias, embora existam alguns fatores atenuantes”, indica a nota.

Medina diz que decisão é um”sinal de confiança internacional muito importante para Portugal”

O ministro das Finanças, em comunicado, indica que a decisão da Fitch, “num momento em que os bancos centrais estão a subir muito rapidamente as taxas de juro diretoras”, é um “sinal de confiança internacional muito importante para Portugal”.

Fernando Medina, que desde que assumiu a pasta da Finanças já assistiu a três subidas de rating da dívida soberana, destaca também que a nova notação do país vai “beneficiar as taxas de juro da dívida soberana, refletindo-se também nos juros suportados pelas famílias e pelas empresas”.

Medina volta a comprometer-se com “estratégia de contas certas” e a redução dívida para um nível inferior a 100% no final da legislatura – duas prioridades que, segundo o ministro, vão “proteger a economia nacional da incerteza” e garantir que o país está “em melhores condições para responder aos desafios” que o país enfrenta.

Recorde-se que a 26 de agosto, a DBRS subiu a notação de Portugal, passando-o de “BBB” para “A”, ao fim de 11 anos. Duas semanas depois, foi a vez da Standard & Poor’s também rever em alta o rating da dívida soberana, passando-o para BBB+.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h46)

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