Riopele “acelera descarbonização” com nova central fotovoltaica na fábrica de Famalicão

Têxtil soma 7.000 painéis solares em parceria com EDP. José Alexandre Oliveira destaca “sustentabilidade ambiental” e proteção contra “oscilações” na energia, um dos principais custos da operação.

A Riopele instalou uma nova central fotovoltaica de 4,5MWp no complexo industrial de Vila Nova de Famalicão com o objetivo de aumentar a utilização de energia limpa nos processos de produção e reduzir a dependência da rede energética. Com este investimento em mais sete mil painéis solares, que vão permitir fornecer cerca de 20% do atual consumo da rede, a gigante têxtil portuguesa passa a totalizar 5.7 GWh de produção de energia renovável por ano.

“Aceleramos o ritmo de descarbonização, dando o nosso contributo para a sustentabilidade ambiental. Ao mesmo tempo, reduzimos a dependência de fatores externos e consequentes oscilações de um dos principais custos da nossa operação, trazendo previsibilidade e estabilidade ao negócio”, valoriza José Alexandre Oliveira, presidente do conselho de administração da Riopele.

Reduzimos a dependência de fatores externos e consequentes oscilações de um dos principais custos da nossa operação, trazendo previsibilidade e estabilidade ao negócio.

José Alexandre Oliveira

Presidente da Riopele

Em comunicado, a histórica empresa — que no ano passado registou um crescimento homólogo de vendas superior 40%, para um total de 92,6 milhões de euros, e regressou aos resultados líquidos positivos (cerca de 1,2 milhões de euros) — destaca que os investimentos nesta área já permitiram, no espaço de um ano, que a energia de fontes renováveis e sustentáveis passasse de 27% para 60% do total de consumo energético.

O novo investimento, monitorização e manutenção desta central solar ficará a cargo da EDP Comercial, numa parceria a 15 anos. Além de colocar painéis solares na cobertura, a empresa de energia vai também instalar módulos fotovoltaicos na fachada do edifício e na cobertura do parque de estacionamento, visando maximizar o aproveitamento solar daquele local e os benefícios para a têxtil. No total, estima-se que este projeto evite a emissão de mais de mil toneladas de CO2 por ano.

O apoio às empresas na transição energética é descrito pela EDP Comercial como o “principal eixo de crescimento para os próximos anos”, prevendo investir 2,5 mil milhões de euros até 2026, a nível global, para instalar mais 4 GWp em projetos solares para famílias e empresas. Atualmente, calcula, já estão instalados mais de 1,6 GWp em clientes de 17 países, com Portugal a dar um “contributo decisivo” para este valor.

“Operacionalmente neutra em carbono” até 2027

Fundada em 1927, a Riopele é uma das mais antigas empresas têxteis europeias. Especializada na criação e no fabrico de tecidos para coleções de moda e de vestuário, emprega mais de 1.000 pessoas e exporta cerca de 95% da produção, de forma direta ou indireta, para clientes espalhados por 30 países.

Em janeiro, a empresa anunciou que quer ser até 2027 uma das primeiras empresas do setor têxtil a nível europeu “operacionalmente neutra em carbono”. Um dos investimentos incluídos nesse processo, na ordem dos quatro milhões de euros, é na construção de uma central de biomassa. Além disso, apontou no início deste ano para um aumento da percentagem de recuperação e tratamento das águas do processo produtivo para 60% e para uma redução da produção de resíduos têxteis em 20%.

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José Alexandre Oliveira, presidente da RiopeleHugo Amaral/ECO

E depois de quase um século de atividade no desenvolvimento de tecidos e vestuário para o setor da moda, a Riopele decidiu diversificar o negócio para o segmento dos têxteis técnicos e, nessa fileira, investir em áreas complementares, como a da mobilidade. Além isso, após colaborar com “algumas empresas europeias de referência”, assumiu em fevereiro deste ano que quer estar “pronta para o novo TGV”.

Esta nova aposta beneficia do plano de investimentos de 35 milhões de euros, realizado durante a última década e focado sobretudo nas áreas da digitalização e da sustentabilidade, para ter “a fábrica mais moderna da Europa”. Entre outros, envolveu o reforço de competências internas, a otimização de processos e tecnologia de ponta – com automação e eficiência dos novos equipamentos, criação de uma plataforma digital, monitorização do chão de fábrica e implementação de um sistema de visão artificial nos teares.

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