Bancos esperam dar menos crédito às famílias e empresas nos próximos meses

Procura por crédito bancário vai continuar a cair nos próximos meses devido ao aperto das taxas de juro e também por causa da diminuição da confiança dos consumidores.

A subida das taxas de juro está a provocar uma diminuição na procura por crédito bancário por parte das famílias e das empresas. Uma tendência que irá continuar nos próximos meses, de acordo com os resultados inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito divulgado esta terça-feira.

As instituições estão a antecipar, para o próximo trimestre, uma “ligeira diminuição da procura de empréstimos por parte das empresas, mais acentuada nos empréstimos de longo prazo, e por parte de particulares para habitação e para consumo e outros fins”, segundo transmitiram ao Banco de Portugal.

Isto acontece depois de vários trimestres em que a procura por crédito se vem deteriorando, em resultado do aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a escalada inflação. Desde meados do ano passado, o BCE já subiu as taxas diretoras em 450 pontos base, no que se traduziu num aumento expressivo dos custos com os empréstimos.

Quanto ao que se passou nos últimos três meses, os bancos nacionais reportaram uma “diminuição transversal” na procura das empresas, “em especial nos empréstimos às grandes empresas e de longo prazo”. “O nível geral das taxas de juro e as menores necessidades de financiamento do investimento contribuíram fortemente para a diminuição da procura de empréstimos por empresas”, adianta o Banco de Portugal. “A diminuição das necessidades de financiamento para fusões/aquisições e restruturação empresarial e uma melhoria na geração interna de fundos, especialmente no caso de grandes empresas” também contribuíram para uma redução da procura.

No que diz respeito aos particulares, registaram uma “ligeira diminuição” da procura tanto para o consumo como para a compra de habitação. “A diminuição da confiança dos consumidores contribuiu para reduzir a procura de crédito ao consumo e outros fins e, em menor grau, do crédito à habitação. O nível geral das taxas de juro também contribuiu ligeiramente para esta redução nos dois segmentos”, refere o supervisor.

De acordo com o inquérito, os bancos não contam apertar os critérios de concessão de empréstimos às empresas e esperam “desapertar” os critérios nos empréstimos à habitação.

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