18ª edição do Portugal Exportador aborda ética empresarial

  • ECO
  • 25 Outubro 2023

Centrado nos temas da sustentabilidade, o Portugal Exportador deste ano teve, ainda, um espaço de debate dedicado à transparência e à ética das empresas.

Com a premissa de que, ao adotarem políticas sustentáveis, as empresas podem posicionar-se de forma mais favorável no mercado global e contribuir para um desenvolvimento económico mais sustentável e responsável, a grande novidade desta edição do Portugal Exportador foi a criação do GreenTradeLab. Trata-se de um espaço didático e esclarecedor que permitiu a troca de ideias com especialistas em ESG e a apresentação de casos de estudo em pequenas e médias empresas (PME) exportadoras.

O principal objetivo foi promover a utilização de práticas sustentáveis que agregam valor às PME, identificar as soluções sustentáveis adequadas às necessidades das mesmas e contactar diretamente com potenciais fornecedores de serviços que as ajudariam a dar o salto nas mais diversas áreas da sustentabilidade empresarial, tais como organismos de certificação, consultorias ambientais, especialistas em sustentabilidade, empresas de consultoria em eficiência energética e provedores de serviços de medição e monitoramento ambiental.

Ao longo do dia, foram vários os debates centrados na sustentabilidade e nos principais temas do ESG. Mónica Silvares, editora no ECO, moderou o último painel da manhã, cujo tema foi “G-Agir com ética e transparência”. Subiram ao palco Andrea Nunes (Grupo Constant), Isabel Fernandes (Vista Alegre) e João Pedro Tavares (ACEGE & Consultor PWN).

Isabel Fernandes considera que “as empresas têm de ser sérias e honestas em relação às capacidades e aos desafios que elas próprias enfrentam” e que “as políticas não podem só estar escritas e têm de estar acompanhadas de mecanismos de implementação e monitorização para ultrapassar qualquer enviesamento”. No caso da Vista Alegre, por exemplo, e tendo em conta que está ligada ao grupo IKEA, “agrega uma série de regras, aplicadas transversalmente a toda a cadeia”. Isabel Fernandes admite que muitas vezes podem surgir desafios na implementação dessas mesmas regras mas encara-os com otimismo: “Há sempre um desafio mas há sempre uma oportunidade”.

Para Andrea Nunes, o Grupo Constant assume um enorme compromisso no que se refere à contratação de colaboradores, sempre com atenções centradas na transparência. “Hoje em dia, o talento é escasso e isso afeta os processos de recrutamento. Há poucas respostas de candidatos e o que fazemos é mapeá-los, vemos o perfil de competências e abordamos os candidatos, nomeadamente através do Linkedin. Temos o papel difícil de convencer os candidatos de que os projetos são interessantes e têm futuro”. Além disso, Andrea Nunes assume que os jovens têm um papel cada vez mais importante no que toca ao ESG e não se inibem de dar feedback, nomeadamente no que diz respeito aos salários. Considera, porém, que “o salário hoje em dia acaba por não ser tão limitativo”.

Ainda assim, João Pedro Tavares diz que é urgente reestruturar a política salarial e mostra-se consternado pela queda do salário médio e a subida do salário mínimo. “Temos de fazer aqui uma remodelação total porque Portugal tem uma desigualdade salarial preocupante e é preciso fazer subir a base da pirâmide”, garante o consultor, ao mesmo tempo em que ressalva a transparência e a ética como essenciais para qualquer empresa que queira alcançar o sucesso. “As empresas não podem deixar de ser transparentes e têm de reportar a realidade. Não podem mostrar aquilo que não são”, refere.

Desde o início do Portugal Exportador, mais de 20 mil empresas exportadoras visitaram o evento.

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